AS APARIÇÕES DE JACAREÍ SÃO PAULO - SP

AS APARIÇÕES DE JACAREÍ SÃO PAULO - SP
Vidente Marcos Tadeu Teixeira

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PART II - O MENINO JESUS FOI ENCONTRADO JUNTO AOS DOUTORES NO TEMPLO

Mas neste dia, que era o último que Jesus foi visto os peregrinos de Nazaré, não podia mais esperar, e partem de manhã bem cedo, deixando por sua vez os portões da grande cidade em festa. E, quer se tenha separado deles, teria passado despercebido e sem que soubessem as escondidas “ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem” (Lc 2,43). Sucedeu, porém, que, depois de percorrer um caminho longo e difícil, os pais de Jesus, não o encontrando no meio dos seus companheiros de comitiva e de viagem, mas pensando que talvez ele estivesse nesse dia com algum de seus parentes mais próximo, contudo, não queriam mais esperar, que por mais que seja a terra distante, deviam eles enfrentar em meio às poeiras das estradas, novo dia de fadiga e de longa caminhada, na certeza de que sem demora encontre o seu filho, o Filho de Deus. Então, depois de algum tempo, chegaram ao cair da tarde à outra cidade vizinha, cheios de esperança e ardendo de um amor confiante, “andaram caminho de um dia e o buscaram entre parentes e conhecidos. Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele” (Lc 2,44-45). Onde o procurou inutilmente durante dias inteiros, nas ruas locais e praças publicas, perguntando pelo menino nas portas das casas, se o tinham avistado o garoto. Mas estes nada sabiam informar do paradeiro da criança desaparecida. E todos os dias procuravam-no sem encontrá-lo, na cidade a notícia logo se espalhou “e havia grande murmuração entre a multidão a respeito dele” (Jo 7,12). Mas José auxiliado por alguns outros entre os viajantes, há alguns bem dispostos a ajudar-los e não descansam enquanto não o encontrar-lo, “e diziam: Onde está ele?” (Jo 7,11) Apesar de todos os esforços, quando não se via mais na possibilidade de encontrar-lo, após tanta desilusão e incertezas da época, Maria já demonstrava sinal de muito cansaço físico por ter suportado o calor dos dias quentes e ensolarados que agora, pois, tanto faz sofrer sua carne magoada de sede e fome, e como que desesperada de uma dor inconsolável, sem que ninguém saiba se retirou entristecida e para esconder as lágrimas, sem uma palavra a ninguém segue adiante e a caminho sobe na direção das portas que dão à entrada para o templo em Jerusalém. Quer se tenha afastando do barulho para encontrar a Deus singular refugio de todas as suas preocupações. Ao seu lado tem a companhia do esposo José, só nele confia e só junto dele se julga segura, como era um homem de bom coração muito humilde, que foi eleito para servir de auxilio precioso, sobretudo nestes momentos difíceis e preocupantes. Tendo, pois, entrado no templo para invocar o nome Santo do Senhor, percorreu em silêncio as naves do seu interior sagrado, considerado pelos judeus e religiosos, como único local do recolhimento e da oração na presença Santa de Deus. Desde que chegou sufocada de soluços, a virgem mãe passa grande parte do tempo de joelhos com as mãos postas em oração aos pés do altar dos sacrifícios, que durante a celebração do culto se aspergia o sangue e se queimavam as carnes das vitimas, um cordeiro de um ano e uma pomba ou rola, oferecidas ao Deus vivo e, contudo, do Deus tão próximo em holocaustos pelos pecados que pretendiam expiar, e o sacerdote rezaria por eles, ficando assim purificados. Sabemos que o grande Deus anuncia pelas vozes dos profetas, que nos revelam não ter mais necessidade dos antigos ritos da tradição judaica, não devesse durar sempre os seus holocaustos e suas oblações, como são indignos para tão inefável mistério não serão mais úteis os sangues dos animais sobre os seus altares. E tudo isto o Senhor fez-nos conhecer pelo profeta Malaquias seu servo, quando disse: “Não acendereis mais inutilmente o fogo no meu altar. Minha benevolência não está em vós, diz o Senhor onipotente, e não aceitarei sacrifícios de vossas mãos. Porque do nascente ao poente meu nome será glorificado entre as nações, em todo lugar haverá incenso oferecido a meu nome e um sacrifício puro. Porque grande entre os povos é meu nome, diz o Senhor onipotente” (Ml 1,10-11). Sobre seus sacrifícios profanos, Isaias, um dos profetas, assim se exprimiu: "De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas? diz o Senhor. Já estou farto de holocaustos de cordeiros e de gordura de novilhos cevados. Eu não quero sangue de touros e de bodes. Quando vindes apresentar-vos diante de mim, quem vos reclama isto: atropelar os meus átrios? De nada serve trazer oferendas; tenho horror da fumaça dos sacrifícios. As luas novas, os sábados, as reuniões de cultos, não posso suportar a presença do crime na festa religiosa” (Is 1, 11-13). Que agora tanto sofre e tanto reza, com animo aflito, sob a tortura do remorso e no sofrimento interior perante o grande abandono e solidão em que se acha recolhida na oração, quase desfalecera todo o seu corpo pelo esforço da última fadiga que agora prostrada de joelhos passa as últimas horas tão preciosas no silêncio e em meio ao pátio interno do Templo a habitual morada de Deus entre os homens. Que a nenhum outro podia ultrapassar o lugar da demarcação dos limites do átrio considerado sagrado do Senhor onde, aliás, solenemente repousa o seu Deus, o Santo de Israel, glorificado por todo o povo. A não ser reservado só ao sumo-sacerdote, uma vez por ano, após ungido a cabeça com o óleo santo, desde que se encontre o corpo purificado de toda a imundície que consiste em estar puro de toda falta prescrita na letra da lei que recebeu de Moisés, se era permitido sua entrada no Tabernáculo do Santo dos Santos, para oferecer a Javé, o Deus ciumento, os pecados dos Judeus ou mesmo para ministrar as horas santas de adoração pública diante do altar dos perfumes, onde se colocava em cima o mais puro azeite de oliva, que se queimavam juntamente com os incensos, simbolizando a oração que o povo santificado oferece ao seu Deus. Ao lado de Maria, porém, o pobre operário, carpinteiro José sofre calado, apesar do desanimo, nem por isso se deixava abater-se e nem tão pouco se desesperar na sua perturbação, ainda para que não perdesse a esperança, pedia sempre ao Senhor com uma grande confiança e com total humildade, para obter do alto todos os auxílios possíveis do teu poder benevolente, na certeza de que Deus lhe conhece e que ouve e que jamais os abandonará. Que talvez não saibam que estão obedecendo neste momento à predileção gratuita da misericórdia do Pai Onipotente, que é, em suma, o plano atual da Providência Divina. Tudo isto deve cumprir-se com amor e paciência. Declarando ser esse o seu beneplácito, escreveu alguém que nos diz: “Esta é uma forma amorosa de Deus agir a fim de voltarmo-nos para Ele e pedir ajuda”. E que nesta hora esforçava-se a todo o momento por manter o entusiasmo e com que ternura confortava para que se tornasse forte sua esposa Maria que sente está só, só diante de Deus e que nada mais pode fazer senão que agora fecha os olhos, tão cheios das imagens do filho, e seu belo rosto de mulher acaba recentemente de chorar, gemer e lamentar-se na sua vergonha e confusão, por não agüentar mais suportar as dores inquietantes que só sabe sofrer seu coração devido às preocupações de todos os dias. E uma vez mais, a pobre mãe, ainda toda consternada inquietava-se o seu ânimo aflito talvez temendo perder pelo resto da sua vida o único filho há quem muito amava mais que há si mesma muito mais que a própria vida. Enquanto isso, mesmo se a impotência fosse mais forte que o desespero, nem as lágrimas da mãe, nem o lamento do pai, eram tão necessário, como necessário e tão urgente são a fraqueza de Maria, a preocupação de José que não teve tempo de pensar, de escolher e para que a sua certeza recente ainda não se desfizesse se decide de última hora e com igual esperança, que por de mais insuportável que pareça deviam deixar o templo, de modo que só os resta, pois, continuar até o fim com as buscas monótonas que já dura muito tempo e causa-lhes grande fatigas, tanto mais que, nesses dias de festas, a cidade e o Templo se enchem de peregrinos, tornando tudo mais penoso e difícil. Ainda um pouco perturbados, de faces tristes e confusas, sem hesitação e sem perda de tempo, saíram com muita confiança, com total entrega e como entrará, em silêncio, em jejum e cansados como estavam, obrigando a todo o momento que fosse os seus corpos extenuados a desprezarem a dor, a fome e a miséria em que jazem reduzidas suas carnes humilhadas. Sabe-se, porém, que era preciso andar depressa, por que o dia que passa é curto e o risco é cada vez maior de nunca mais voltar a ver o rosto do menino Jesus uma inofensiva criança que talvez possa ter sido raptada e levada por mãos estanhas, quem sabe para onde, como se fosse um filho de ninguém, sob a aparência de um pobre abandonado, que todos evitam e de que todos se afastam com horror, enquanto na terra perambulam ao relento das ruas agasalhado unicamente só com a veste que cobre seu corpo. Embora até o momento não estivesse bem certos por onde começar, ainda pouco, com que ternura nova e com que esforço sobre humano tinha, pois, deixado o lugar da posição incomoda, para que seguisse novamente a custa de incríveis esforços pelos luminosos corredores internos do Templo. Mas agora, ao primeiro clarão, os olhos de Maria como os olhos de José, se abrem para olharem à sua frente com toda clareza e certeza, às sombras de um grupo de doutores, especialistas na letra da lei e nos livros sagrados, mas privados em geral do amor, supremo designo do coração de Deus para que a sua lei seja observada, e que de certa forma já estavam reunidos na sua altiva dignidade de servos, desde as vésperas da última vigília e desde o último dia solene da páscoa. Não se dignaria entrar na sala do conselho dos anciões quem não tivesse evitado cuidadosamente o contato dos pagãos, quem não tivesse observado o menor das proibições, quem não respeitasse, a todo custo, o repouso do sábado. Mas essa desforra absurda, tem se tornado regra constante ao velho costume das festas. Quase detestável quanto seus discursos por demais havidos do sinédrio hipócrita, os seus ensinos era infame e a pratica da lei era fingido neles, de modo que os próprios corações endurecidos lhes eram um obstáculo, fechados á verdade não foram feitos para o Reino de Deus. É necessário dizer que tudo o que deles sabemos, hoje ainda é lembrado, no Evangelho de São Mateus 3,1-7: "Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escrituras, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados nas praças publicas e de serem chamados de Mestre”. Muitos, contudo, o conhecem de vista talvez, pois viam-nos antes desse dia, com ares sabidos e satisfeitos nas suas sinagogas. Como precisava da ilusão de que ao menos lhes ouvissem no tom intimo e tranqüilo da confidencia as palavras do seu desespero, de que viesse dar-los, a eles, necessitados, que estão só por um instante de querer compartilhar as dores que traziam no peito com quem tem o dever e quase sempre são os responsáveis de acalmar um sofrimento, de expulsar a dor espiritual e de restabelecer a alegria aos doentes. E que depois sem a fastidiosa adulação suas palavras lhes quebre a angustia da solidão que lhes sirvam de consolo e conforte seus corações nestes dias todos conturbados. Agora que o sabe e os viram reunidos com os próprios olhos, nem por um instante sequer podia evitar, ainda que o tivesse desejado, mas para ter certeza de que os olhos amorosos de uma mãe, mesmo cheios de lágrimas, não podem estar enganados, que, de certa forma, Maria, sobretudo, vê, sem ilusão possível, na mesma sala em que Jesus freqüentava a escola dogmatizada dos que faziam parte de uma seita judaica. Assim como foi dito por São Lucas 2,46: “Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os”. De fato, Jesus aos 12 anos é revelado aos doutores do templo. Ao que tudo indica, sem hesitar no diálogo com eles, dos seus lábios fez conhecer com clareza de palavras o que jamais ninguém lhes havia ensinado, tão profundo dos mistérios divinos, o que é oculto as trevas de suas cegueiras, de modo que os servos cegos de Deus se libertassem das idolatrias, das superstições e do fanatismo através do conhecimento das verdades eternas. No mesmo livro lê-se: “E todos os que o ouviram estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas” (Lc 2,47). Ainda que o veja com os olhos diante de si não se sentiu em tudo satisfeita em seu coração, pois enquanto não puder dar-lhe ainda uma vez, como antes e sempre ao próprio filho indefeso a defesa de seus braços que o protege a menor ameaça ou puder tocar com as mãos tua carne, e ainda, cobri-lo de beijos e amá-lo com o seu coração, continuará a sofrer as amarguras a toda aflição. Como seu pai e sua mãe não se atreviam chamar esperando impacientes que alguém saísse para lhes falar um daqueles assistentes do povo ou algum guardião a serviço da porta, pois esta era a ordem se proibia a entrada de estranho, quem quer que fosse, sem ter sido chamado, do contrário, o risco era grande dos chefes do templo os acusar de terríveis sacrilégios diante do temido juízo destes raivosos fanáticos do tribunal eclesiástico, que por muitas vezes, o castigo ignominioso desta profanação abusiva contra a dignidade sagrada de Deus, era digno de pena severa e os oficiais da guarda do templo castigavam sempre aqueles que desobedeciam as leis religiosas. E mesmo que haja lugares vazios quem estiver á porta se não for achado digno de entrar, ficará de fora, de que devia abster-se de qualquer contato com os que estão dentro da sala do conselho, ocupado e o mais freqüentado pelos mais cuidadosos dos seus exclusivos prestígios, os ministros do Senhor, em maior numero que o necessário reunido na sua solene assembléia, apenas tratando questões da tradição e dos costumes do povo Judeus, com outros mais zelosos os mestres da lei e os mais fanatizados os fariseus que pertencem à religião do antigo judaísmo. E para que não fosse preciso esperar até o fim de cada capitulo das leituras dos antigos escritos sagrados, agradem ou não, mesmo sem pedir licença a ninguém, Maria que soube ser forte se coloca no meio deles á vista de todos e, com voz quase desfalecida chama Jesus pelo nome. Com os prantos contidos Maria entra, sem dificuldades, acompanhada de perto pelo o esposo José, não olha com seus olhos tristes para os que estão neste momento, ao redor do menino, na mesma sala, nem dar ouvidos às criticas que se possa ouvir, com medo de ver, no rosto deles, a expressão acusadora dos inimigos de caras novas que, de certa forma, nada queriam entender. Mas agora o amor que sofre e se entrega era mais tolerável do que lhe teria sido se a velha casta sacerdotal os acusassem de infâmia diante do sinédrio como era de costume antigo. Que por mais dolorido que seja sem que possa em diante desviar-se do caminho a cada passo, vê-se, cada vez mais perto de Jesus que tendo alcançado se atirou de joelhos aos seus pés. Em seguida, com toda delicadeza de uma mãe o agarrou em seus braços apertando-o de encontro ao seu coração. Com este gesto de amor sente que de novo se torna mãe e, mais ainda, para a alegria dos sentidos agora busca gozar de agradável consolo e de grande paz de espírito afastando para bem longe de si aqueles momentos de ansiedade e de dolorosa apreensão que lhe sufocava o coração que por causa do filho perdido deu lágrimas e suores. Sem poder resistir mais, Maria então lamenta, não podia entender como mãe muito cuidadosa, zelosa e solicita não tivera o cuidado ao deixá-lo sozinho. Cada vez mais se via na impossibilidade de encontrar-lo. E foi com olhos amorosos e com palavras cheias de queixumes, que a mãe de Jesus disse-lhe: “Meu filho, que nos fizestes? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição”. (Lc 2,48) E ninguém mais compreendeu, exceto Jesus, o ato amoroso da virgem mãe que agora sente por todo o corpo, da cabeça aos pés, um arrepio de alivio que lhe penetra todo o seu coração com um desejo sempre mais forte de nunca mais querer se separar dos braços do filho do seu sangue, da sua entranha como só uma mãe sabe fazer. Sabendo Jesus que não poderia ir mais contra aceitação perfeita da vontade eterna de Deus seu Pai que desde o principio habita nas alturas do Reino dos Céus, e que por certo, supera em tudo a lei legal da carne com toda obrigação filial aos pais, como também a todas as alegrias terrenas. A seu respeito nos fala também o glorioso São Paulo na sua carta aos Hebreus 5,8: “Mesmo sendo filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus”. E quando o menino Jesus puder falar com voz tranqüila vai explica-lhes porque foi à vontade de Deus que tem por Pai que se fez não a dele, como diz à sua mãe: “Porque me procuráveis? Não sabeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?” (Lc 2,49) Mas seus pais entendiam pouco que ainda era cedo para que o menino Jesus ocupar-se das coisas de Deus. De fato, à hora da manifestação do mistério da vida publica de Jesus, ainda não era chegada, essa hora deveria ser preparada por trinta anos de vida oculta. É assim que José e Maria não compreendiam ainda as palavras notáveis de Jesus em São Lucas 2,50: “Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera”. Mas desta vez, Maria, ouve tuas palavras no silêncio, que só mais tarde pôs a refletir o seu significado, sem que jamais as esqueça, guardado todas as lembradas dos fatos e meditando sobre o que tinha ouvido e visto em seu coração. Pois dela se disse: “Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51). Enfim, o menino foi entregue aos cuidados dos pais que tendo saídos satisfeitos seguem adiante, desta vez Jesus deixou ser conduzido por Maria que o leva pelas mãos na mesma direção das saídas do Santuário aberto ainda para a visitação. Nada mais restava aos sacerdotes senão fechar as portas do Templo Sagrado. E seus pais poderão desde então partir tranqüilos de volta para Nazaré, na companhia deles, desde sempre Jesus será feliz. "Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso” (Lc 2,5).

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O SEGREDO
DOS TEMPOS FINAIS


SINAIS E AVISOS



Que este livro aberto possa trazer esperança para
este mundo que vive suas últimas esperanças.



Índice
___________________

Introdução ............................................................ 03

A segunda vinda de Jesus .................................. 04

Para aprofundar:

1° Sinal - Apostasia ............................................. 05

2° Sinal - Tempos de guerra .............................. 06

3° Sinal - As testemunhas .................................. 07

4° Sinal - Tempos de paz .................................... 08

5° Sinal - Anticristo ............................................. 09

6° Sinal - Parusia ................................................. 10

Epílogo ................................................................... 11

Notas ..................................................................... 12


“Antes de mais nada, deveis saber que, nos últimos dias, aparecerão zombadores com suas zombarias, levando a vida conforme suas paixões. Eles dizem: Onde ficou a promessa da sua vinda? Onde está ele? Desde a morte de nossos pais tudo permanece do mesmo jeito como no princípio da criação!” (II Pedro 3, 3-4)


Introdução ___________________


“No monte das oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”. (Mateus 24,3) Mas, ainda hoje, são poucos os que entendem efetivamente o significado das palavras proféticas reservadas para os últimos tempos. Importa, pois, saber mais sobre o que está por detrás de cada profecia bíblica, aonde se esconde por sabias disposição da providência o oculto desígnio do eterno Deus. “Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Também do mesmo modo como aconteceu nos dias de Lot. Os homens festejavam, compravam e vendiam, plantavam e edificavam. No dia em que Lot saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu, que exterminou todos eles. Assim será também na volta do Filho do homem”. (Lucas 17, 26-30) São de Jesus Cristo estas palavras, em que nos fala a respeito da maneira como também nós, que agora vivemos sobre a terra, somos a geração que devem, desde já, preparar-se com a oração e o testemunho. Pois uma mudança espantosa e universal, nunca antes vista na história da humanidade está prestes a acontecer tal como jamais houve ainda, desde o dilúvio até os dias de hoje. “Porque nesses dias o sofrimento será tão grande, como nunca houve desde que Deus criou o mundo: nunca mais haverá coisa igual”. (Mateus 24,21)

"Os maus esperam o Dia do Senhor, sem receio, porque não acreditam nele, e, no entanto este dia virá, mais tarde ou mais cedo, e na hora querida por Mim.”
(Revelação de Margarida †1973)

03
A segunda vinda de Jesus _____________________


A situação se tornará tão séria que Deus mesmo terá que intervir, de forma que virá a seu mando, um novo e mais terrível castigo sobre todos os povos de todo o mundo. Que por muito tempo já estão neste estado dos que vivem em pecado e de tamanho esquecimento do Deus uno e trino que se espalha por toda a terra. Este é o princípio do fim dos tempos que começa! A punição pelos delitos do mundo culpado será um conflito geral não só da Igreja, mas também do mundo inteiro. Por este motivo esse mundo cada vez mais sem Deus está sobre graves ameaças cujo castigo será mundial a fim de exterminar os que corromperam a superfície da terra, mas somente uma pequena parte da humanidade irá ver a nova luz. Mais tarde, porém, os sobreviventes, os que resistirem a tudo, clamarão novamente por Deus, para única felicidade do Santo Pontífice e também do grande Rei que estará com ele ao seu lado até a morte e o ajudará alcançado em inúmeras conversões que serão incríveis, se espalharão por todo o mundo para servir de testemunho a todas as nações. Trata-se na verdade do maior acontecimento de todos os tempos da história, da Igreja e do mundo que terá lugar no terceiro milênio. Haverá uma reforma que jamais se fez ou se fará de novo em toda a Igreja de tal forma o evangelho será pregado em todos os povos e as nações infiéis se reconciliarão com Deus, e então reinará o novo mundo de paz e justiça. Sob o reinado do anticristo, ele, o ímpio está a contaminar tudo, até os bons com a cegueira do pecado e dos vícios. Nesta hora tão grave, muito grave que até a Igreja de um modo geral será atormentada por perseguições sangrentas da mesma maneira que sob a Terra a paz será perturbada completando as tribulações por todos os lados do mundo. Então os que estão entregues de todas as práticas depravadas perecerão com o triunfo do poder de Cristo e os anjos serão os executores na exterminação desse homem ímpio que será lançado nas eternas trevas do inferno. E não tardará muito os mortos ressurgirão do ventre podre da terra e a seguir este último passo será dado o mais temível dia da sentença do Juízo final.

“Vem Senhor Jesus. Há tantos sinais de que tua volta não está longe.”
(Pio XII, Páscoa de 1957)

04

1° Sinal | Apostasia ___________________

“Sabe, porém, nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, desobedientes aos pais, ingratos, malvados, desleais, caluniadores, devassos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, inimigos dos bons, traiçoeiros, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, sedutores e seduzidos.” (II Timóteo 3,1-5; 13)

A situação se tornará tão séria que Deus mesmo terá que intervir, de forma que virá a seu mando, um novo e mais terrível castigo sobre todos os povos de todo o mundo. Que por muito tempo já estão neste estado dos que vivem em pecado e de tamanho esquecimento do Deus uno e trino que se espalha por toda a terra. Este é o princípio do fim dos tempos que começa!

Eis aqui alguns avisos importantes:

Item 1 - "Depois do ano 1900, por meados do século XX, as pessoas se tornarão irreconhecíveis... Quando se aproximar o tempo da vinda do anticristo, a inteligência dos homens será obscurecida pelas paixões carnais: a degradação e o desregramento se acentuarão. E o mundo ficará irreconhecível. As pessoas mudarão de aparência, tornando-se impossível distinguir os homens das mulheres, por causa do descaramento em seu modo de vestir e da moda dos cabelos. Essas pessoas serão desumanas e como autênticos animais selvagens, devido às tentações do anticristo. Não mais se respeitarão os pais e pessoas idosas. O amor desaparecerá. E os pastores cristãos, bispos e padres, serão homens frívolos, completamente incapazes de distinguir entre o caminho da direita e o da esquerda. Nesse tempo, as leis morais e as tradições dos cristãos e da Igreja mudarão. As pessoas já não praticarão a modéstia e reinará a dissipação!... A mentira e a cobiça atingirão grandes proporções, e infelizes daqueles que amontoarem riquezas! A luxúria, o adultério, a homossexualidade, os atos ocultos e o assassínio serão a regra da sociedade. Nesse tempo, devido ao poder de tão grandes crimes e de uma tal devassidão, as pessoas serão privadas da graça do Espírito Santo, recebida no Batismo, e nem sequer sentirão remorsos. As Igrejas serão privadas de pastores piedosos e tementes a Deus, e infelizes dos cristãos que estiverem na terra nesses momentos! Perderão a fé, porque não haverá mais quem lhes mostre a luz da verdade. Afastar-se-ão do mundo, refugiando-se em lugares santos, na intenção de aliviar seus sofrimentos espirituais, mas só encontrarão obstáculos e contrariedades por toda a parte. Nesse tempo os homens voarão pelos ares como aves e descerão ao seio do oceano como peixes. E quando se encontrarem em tais circunstâncias, esses infelizes verão suas vidas rodeadas de conforto, sem saberem que tudo não passa de um embuste de Satanás”.

Item 2 - "Uma terça parte dos homens se recusará a caminhar sobre a estrada que porta ao novo paraíso terrestre, porque a única alegria desses homens estará no poder e na riqueza, uma outra parte de homens caminhará sobre essa estrada, mas estarão impulsionados somente pela curiosidade, porque esses homens estarão privados do dom da fé. Estarão esses os homens com o Arcanjo Miguel para que ele os conduza, através das agitações da terra e no céu e através da grande pestilência final, à meta preparada pela Justiça Divina”.

Item 3 - “O mundo está mergulhado numa corrupção incrível. Os governantes dos povos se tornarão verdadeiros demônios encarnados. Ao mesmo tempo em que falam de paz, eles preparam as armas mais mortíferas para destruir povos e nações. O mau exemplo dos pais arrasta as famílias ao escândalo e à infidelidade. A oração está morta nos lábios de muitos. Por isso o mundo não é mais digno de perdão, mas somente de fogo, de destruição e de morte. Armas mortíferas estão ocultas no mundo inteiro”.

Item 4 - “Também para a Igreja virá um tempo de provas duríssimas. Cardeais se levantarão contra cardeais, bispos contra bispos. Satanás penetrará em suas fileiras. Em Roma haverá grandes modificações. O que estiver podre cairá, e o que cair nunca mais se levantará. A Igreja estará na escuridão e o mundo, mergulhado em desordem”.

Item 5 - "A Igreja, nos últimos tempos, será espoliada da sua virtude. O espírito profético esconder-se-á, não mais terá a graça de curar, terá diminuta a graça da abstinência, o ensino esvair-se-á, reduzir-se-á – senão desaparecerá de todo – o poder dos prodígios e dos milagres. Neste estado de humilhação da Igreja, para o anticristo está se preparando um exército de sacerdotes apóstatas”.


05


2° Sinal | Tempos de guerra _____________________

“Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares. Tudo isto será apenas o princípio das dores. Então sereis entregues aos tormentos, matar-vos-ão e sereis por minha causa objeto de ódio para todas as nações. Muitos sucumbirão, trair-se-ão mutuamente e mutuamente se odiarão”. (Mateus 24, 6-10)

A punição pelos delitos do mundo culpado será um conflito geral não só da Igreja, mas também do mundo inteiro. Por este motivo esse mundo cada vez mais sem Deus está sobre graves ameaças cujo castigo será mundial a fim de exterminar os que corromperam a superfície da terra, mas somente uma pequena parte da humanidade irá ver a nova luz.

Eis aqui alguns avisos importantes:


Item 6 - “No fim do século a Terra será um caos. Qual um fantasma de dor, a sua superfície se verá crestada pelo fogo das bombas atômicas. Aproximam-se os dias da grande hecatombe - Bombas arrasadoras destruirão cidades, vilas, povoações. Um inferno de fogo crestará o solo, o sangue tingirá de rubro as águas, gases mortíferos empestarão a atmosfera, micróbios serão conduzidos pelas correntes aéreas. Povos inteiros serão dizimados, nações civilizadas desaparecerão. Depois, os elementos desencadeados pelas convulsões físicas completarão o drama dos mortais".

Item 7 - "Haverá uma guerra terrível. De um lado, todos os povos do Oriente, no outro, todos do Ocidente. A Rússia lançará sobre nós suas massas enormes de soldados e de cavalaria cossaca. Se combaterá por longo tempo sem resultado decisivo até que chegarão ao país do Reno. Lá, se combaterá por três dias, de tal forma que as águas do Reno ficarão todas vermelhas.”

Item 8 - "E para os próximos eventos finais do século vinte, uma guerra virá e fará com que todas as guerras anteriores desapareçam. Rios de fogo virão das nuvens, onde não há nuvens (...) Todas as capitais nos dois lados do oceano serão enterradas entre destroços e cinzas, e esta será causa para grande lamento. Os horrores da guerra também ocorrerão na água, e o inimigo terá perdas em várias batalhas, e lágrimas cairão e muito sangue, e então tudo estará terminado...”

Item 9 - “Começará uma guerra. E depois uma outra guerra. E uma outra guerra. Do céu cairá o inferno. Na ânsia de uma vida errada, o homem terminará envenenando todo o mundo. Nuvens envenenadas cobrirão a terra. E máquinas monstruosas dominarão os céus. O fogo destruirá muitas cidades. E os homens terminarão destruindo uns aos outros".

Item 10 - "Em breve o Mundo será subvertido numa nova e mais terrível guerra. Armas excepcionalmente mortais destruirão povos e nações. Os ditadores da terra, espécimes infernais, demolirão as Igrejas e profanarão a Sagrada Eucaristia, e destruirão as coisas que nos são mais queridas. Nesta guerra ímpia, muito do que foi construído pelas mãos do homem serão destruídas ... Outra guerra terrível virá do leste para o oeste. A Rússia, com os seus exércitos e armas secretas, lutará contra os Estados Unidos, conquistará a Europa e especialmente na Itália severamente ateará a sua bandeira sobre a cúpula de São Pedro. Que dor! Causará muita ruína e destruição e o rio Reno na Alemanha estará cheio de cadáveres e de sangue. Os governos não compreendem, porque não possuem o verdadeiro espírito cristão, eles abrem as portas ao materialismo.”

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3° Sinal | As testemunhas ___________________

“Mas incumbirei ás minhas duas testemunhas, vestidas de saco, de profetizarem por mil duzentos e sessenta dias. São eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm diante do Senhor da terra. Esses homens têm o poder de fechar o céu para que não caia chuva durante os dias de sua profecia [...]; Mas, depois de terem terminado integralmente seu testemunho, a fera que sobe do abismo lhes fará guerra, os vencerá e os matará. Mas, depois de três dias e meio, um sopro de vida, vindo de Deus, os penetrou. Puseram-se de pé e grande terror caiu sobre aqueles que os viam. Ouviram uma forte voz do céu que dizia: “Subi aqui!”Subiram então para o céu numa nuvem, enquanto os seus inimigos os olhavam”. (Apocalise 11, 3-12)


Mais tarde, porém, os sobreviventes, os que resistirem a tudo, clamarão novamente por Deus, para única felicidade do santo pontífice e também do grande rei que estará com ele ao seu lado até a morte e o ajudará alcançado em inúmeras conversões que serão incríveis, se espalharão por todo o mundo para servir de testemunho a todas as nações.

Eis aqui alguns avisos importantes:


Item 11 - “Mas depois de tantas diversas tribulações em todo o mundo, para que as criaturas de Deus não percam toda a esperança, um Papa, elegido dentre aqueles que escaparam das perseguições da Igreja será eleito pela vontade de Deus e este homem muito santo e perfeito será coroado pelos santos anjos e colocado na Santa Sé por seus irmãos que terão sobrevivido com ele à perseguição da igreja e ao exílio. Este Papa reformará todo o mundo por sua Santidade e conduzirá a todos os eclesiásticos aos costumes primitivos segundo o método dos discípulos de Jesus Cristo e todos o respeitarão por causa de suas virtudes santíssimas: pregará com pés descalços e não temerá o poder dos príncipes: e deste modo conduzirá muitos deles para a Santa Sé, depois de ter tirado de seus erros e de sua vida culpável: converterá também a quase todos os infiéis e principalmente aos judeus. Este papa terá com ele um homem muito virtuoso, que será do sangue santo dos reis da França; o qual será sua ajuda obedecendo-o em todas as coisas para reformar o mundo. Sob o reinado deste Papa e este imperador, todo o universo será reformado porque a cólera do Senhor terá sido aplacada. Então, não haverá mais que uma lei, uma fé, um batismo, uma vida. Todos os homens terão os mesmos sentimentos e se amarão mutuamente”.

Item 12 - “Quando todo o mundo, e de maneira especial a França, e na França mais particularmente o norte e o leste e acima de tudo Lorraine e Champaigne, tiverem se tornado uma presa da maior das misérias e sofrimentos, então as regiões francesas serão socorridas por um príncipe que tinha sido exilado em sua juventude e que recuperará a coroa dos lírios. O príncipe estenderá o seu domínio sobre todo o mundo. Ao mesmo tempo, haverá um Grande Papa, que será mais eminente em santidade e mais perfeito em todas as qualidades. O Papa estará ao lado do Grande Monarca, um homem cheio de virtudes, que será o rebento da santidade dos reis franceses. O Grande Monarca ajudará o Papa na reformulação de toda a terra”.

Item 13 - “O Grande Pontífice será restabelecido pelo Grande Monarca (...) Haverá uma grande reforma em toda a Igreja de Deus e naqueles que levam a túnica e a tonsura. E será destruída a seita de Maomé”.

Item 14 - "Então, o Todo-Poderoso intervirá com um golpe admirável, que ninguém havia imaginado. O poderoso monarca virá em nome de Deus e aniquilará todos os inimigos. Cheio de zelo pela glória de Deus, unirá seus esforços ao de um futuro Pontífice, para conversão de infiéis. (...). A perseguição cessará e a justiça reinará. Ele erradicará as doutrinas falsas e destruirá o poder dos Maometanos. Seu domínio se estenderá do oriente ao ocidente. Todas as nações adorarão Deus de acordo com os ensinamentos católicos. Haverá muitos homens sábios e doutores. As pessoas adorarão a justiça e a paz reinará sobre a terra inteira, pois o poder divino atará Satã por muitos anos, até a vinda do Filho da Perdição".

Item 15 - “A Igreja será eclipsada, o mundo estará em aflição. Porém, eis que chegam Enoc e Elias, cheios do Espírito de Deus; eles pregarão com a força de Deus, e os homens de boa vontade acreditarão em Deus, e muitas almas serão consoladas. Farão grandes progressos pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros diabólicos do anticristo. Enoc e Elias serão martirizados. Roma, pagã, desaparecerá”.

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4° Sinal | Tempos de Paz ___________________

“Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça". (II Pedro 3,10-13)

Trata-se na verdade do maior acontecimento de todos os tempos da história, da Igreja e do mundo que terá lugar no terceiro milênio. Haverá uma reforma que jamais se fez ou se fará de novo em toda a Igreja de tal forma o evangelho será pregado em todos os povos e as nações infiéis se reconciliarão com Deus, e então reinará o novo mundo de paz e justiça.

Eis aqui alguns avisos importantes:

Item 16 - "E a paz será alcançada, e o homem se reconciliará com Deus. Jesus Cristo será servido, amado e glorificado. A caridade florescerá em todos os lugares. Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, que será forte, humilde, piedosa em sua pobreza, mas fervente imitação das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado em todos os lugares e a humanidade fará grande progresso na sua fé, pois haverá unidade entre os trabalhadores de Jesus Cristo e o homem viverá temente a Deus.”

Item 17 - "Terminará o tempo do barulho maldito e começará o tempo do silêncio bendito; terminará o tempo do homem que grita e começará o tempo do homem que medita”.

Item 18 - “A paz voltará a Europa quando a flor branca novamente ocupar o trono francês. Durante este tempo de paz, as pessoas serão proibidas de carregar armas e o ferro será usado apenas para permitir melhorias na agricultura e para ferramentas. Naqueles tempos, surgirão muitas profecias de diversos sábios. Se conhecerá inteiramente os segredos dos profetas, assim como o sentido oculto de outros livros da santa escritura. Os filhos e as filhas profetizarão como já foi anunciado anteriormente”.

Item 19 - “Então, a Cristandade se espalhará por todo o mundo. Nações inteiras se unirão à Igreja pouco antes do reino do Anticristo. Estas conversões serão incríveis. Aqueles que sobreviverem se conduzirão bem. Haverá inúmeras conversões de hereges, que voltarão para a Igreja; todos notarão a conduta edificante de suas vidas, assim como todos os outros Católicos. A Rússia, a Inglaterra e a China irão para a Igreja e o povo estará em júbilo contemplando o triunfo espetacular da Igreja. Então aparecerá o Sedutor”.

Item 20 - “Muitos príncipes e nações que estão vivendo no erro e impiedade serão convertidos e uma paz admirável reinará entre a humanidade durante muitos anos, porque a ira de Deus será apaziguada através do arrependimento, penitência e boas obras. Haverá uma lei comum, uma fé comum, um batismo, uma religião. Todas as nações reconhecerão a Santa Sé de Roma, e prestarão homenagens ao Papa. Mas após um tempo considerável, o fervor esfriará, a iniqüidade abundará e a corrupção moral será pior do que nunca, o que trará à humanidade a pior perseguição do Anticristo e o fim do mundo”.

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5° Sinal | Anticristo ___________________

“Que ninguém vos engane de modo algum. É preciso que venha primeiro a apostasia e que se revele o homem da impiedade, o filho da perdição, aquele que ergue e se levanta contra tudo o que se chama Deus, a ponto de se assentar em pessoa no templo de Deus e de se proclamar Deus. Basta que seja afastado aquele que retém atualmente. Então se manifestará o ímpio, a quem o Senhor Jesus destruirá com o sopro de sua boca e aniquilará com o esplendor de sua vinda. A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores. Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor á verdade que os teria podido salvar. Por isso, Deus lhes enviará um poder que os enganará e os induzirá a acreditar no erro. Desse modo, serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentindo no mal”.
(II Tessalonicenses 2, 3-8)

Sob o reinado do anticristo, ele, o ímpio está a contaminar tudo, até os bons com a cegueira do pecado e dos vícios. Nesta hora tão grave, muito grave que até a Igreja de um modo geral será atormentada por perseguições sangrentas da mesma maneira que sob a Terra a paz será perturbada completando as tribulações por todos os lados do mundo.

Eis aqui alguns avisos importantes:


Item 21 - "O tempo do Anticristo chegará quando a iniqüidade e a impiedade abundarem, quando a injustiça tiver enchido a medida até fazê-la transbordar e quando a maldade tiver chegado a proporções desmedidas. Reinará durante três anos e meio e dominará o mundo inteiro”.

Item 22 - "O Anticristo será um profeta de mentiras; se proclamará Deus e receberá poder para realizar sinais e prodígios, o que levará os homens a adorá-lo... Este será o tempo em que se desprezará a retidão e se odiará a inocência; em que os maus olharão para os bons como inimigos; não haverá mais lei, or¬dem ou disciplina”.

Item 23 - "Reinará por um breve tempo. Não será o próprio Satanás, mas um ser humano parecido com um demônio por sua horripilante atrocidade. Apresentar-se-á como o Messias enviado por Deus, e os judeus o aceitarão como tal. No entanto, tratará de transformar toda a ordem da terra. Desprezará as leis e os princípios religiosos, para atrair o mundo a si. Concederá total liberdade em rela¬ção aos Mandamentos de Deus e da Igreja, permitindo que cada um viva ao sabor de suas paixões. Pregará o amor ilícito e destroçará os laços familiares. Sustentará que os pecados e vícios não são pecados nem vícios. Precedendo imediatamente o Anticristo, haverá inundações e terremotos”.

Item 24 - “A Igreja conhecerá a hora de sua maior apostasia, o homem iníquo introduzir-se-á no seu interior e sentar-se-á no próprio Templo de Deus, enquanto o pequeno resto, que permanecerá fiel, será submetido às maiores provações e perseguições. A humanidade viverá o momento do seu grande castigo e será assim preparada a receber o Senhor Jesus que voltará a vós na glória”.

Item 25 - “Depois de falar do Anticristo, só resta falar de seu fim. Quando este filho do demônio tiver atormentado o mundo durante três anos e meio, submetendo o povo de Deus aos mais refinados suplícios e outorgando, assim, a coroa do martírio aos fiéis que se mantiveram perseverantes na fé, chegará finalmente, para ele o dia do juízo de Deus, como escreveu o santo apóstolo Paulo. ‘O Senhor destruirá com um sopro de Sua boca e o aniquilará com o esplendor de sua aparição’ (2ª Carta aos Tessalonicenses, II-8)”.

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6° Sinal | Parusia ___________________

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem. Todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do homem vir sobre as nuvens do céu cercado de glória e de majestade. Ele enviará seus anjos com estridentes trombetas, e juntarão seus escolhidos dos quatros ventos, duma extremidade do céu à outra. Do mesmo modo, quando virdes tudo isto, sabei que o Filho do homem está próximo, à porta. Em verdade vos declaro: não passará esta geração antes que tudo isto aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”. (Mateus 24,30-35)

Então os que estão entregues de todas as práticas depravadas perecerão com o triunfo do poder de Cristo e os anjos serão os executores na exterminação desse homem ímpio que será lançado nas eternas trevas do inferno. E não tardará muito os mortos ressurgirão do ventre podre da terra e a seguir este último passo será dado o mais temível dia da sentença do Juízo final.

Eis aqui alguns avisos importantes:


Item 26 - “Quando Jesus retornar na sua glória divina e aparecer a toda a humanidade, cada um será chamado a passar pela mesma experiência que Pedro, João e Tiago tiveram sobre o monte Tabor. Porque Jesus se manifestará no seu fulgor e a sua humanidade será completamente transfigurada pela luz fulgidíssima da sua divindade. O reino de Deus na terra será de uma paz perpétua, de grande santidade, da nova Páscoa dos novos tempos”.
Item 27 - “Jesus retornará na glória, para reconduzir toda a criação ao pleno esplendor do seu novo Paraíso terrestre. A cidade pecadora terá então desaparecido e assim toda a criação abrir-se-á com alegria para acolher a Cidade Santa, a nova Jerusalém, descida do céu, a morada habitual de Deus com os homens. Vi então um novo céu e uma nova terra, porque o céu e a terra de antes desapareceram e o mar mão mais existia”.
Item 28 -
“Esta Segunda Vinda se realizará na luz de sua Divindade, porque Jesus voltará a vós, sobre as nuvens do céu, no esplendor de Sua realeza e sujeitará a Si os povos e as nações da Terra e todos os seus inimigos serão esmagados sob o trono de seu domínio universal”.
Item 29 - “Assim como nasceu nesta noite, voltara Jesus na glória, antes de sua vinda para o Juízo final, cujo tempo é ainda guardado em segredo pelo Pai. Reinarão no mundo as trevas da negação, do repúdio de Deus e da rebelião contra sua Lei de amor. O gelo do ódio tornará deserta as estradas do mundo. E assim quase ninguém estará preparado para O acolher. Os grandes da terra nem se lembrarão dEle, os ricos fecha-lhe-ão as portas, enquanto os seus estarão ocupados na busca de seu prestígio pessoal ... ‘Quando o Filho do Homem vier, encontrará ainda fé sobre a terra?’ Virá Ele de improviso e o mundo não estará pronto para recebê-lo. Virá para o julgamento, para o qual o homem não se achará preparado. Virá para instaurar o seu Reino no mundo, após vencidos e aniquilados os seus inimigos”.
Item 30 - “1. Enfim, uma vez terminado o prazo prefixado pela sabedoria de Deus para a duração do mundo, [...] 2. todos os homens hão de ressuscitar, ao som da trombeta do arcanjo, e comparecerão em juízo todos juntos, no vale de Josafá. Mas – ah – bem diversa será a sua situação: uns terão o corpo revestido de glória e esplendor e outros se horrorizarão de si próprios. 3. Considera a majestade com que o soberano Juiz de aparecer em seu tribunal, cercado de anjo e santos e tendo diante de si, mais brilhante que o sol, a cruz como sinal de graça para os bons e de vingança para os maus. 4. À vista deste sinal e por determinação de Jesus Cristo, separar-se-ão os homens em duas partes: uns se acharão à sua direita e serão os predestinados; outros à sua esquerda e serão os condenados. Separação eterna! Jamais se encontrarão de novo juntos. 5. Então se abrirão os livros misteriosos das consciências: nada ficará oculto. Clara e distantemente há de ver-se nos corações duns e doutros tudo o que fizeram de bom e de mau – as afrontas a Deus e a fidelidade a suas graças, os pecados e a penitência [...]. 6. Escuta atentamente a sentença formidável que o soberano Juiz pronunciará contra os maus: ‘Ide, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos’ (Mateus 25, 41) [...] Esta palavra já nos está anunciando o abandono completo em que Deus deixará a sua criatura, explusando-a de sua presença e não a contando mais no número daqueles que lhe pertencem. [...] Ela é universal, pois encerra todos os males, e ela é irrevogável, porque se estende a todos os tempos, por toda a eternidade [...]. 7. Escuta também a sentença que decidirá sobre a sorte feliz dos bons: ‘Vinde,’ dirá o Juiz. Ah! Esta é a doce palavra de salvação, pela qual o nosso divino Salvador nos há de chamar a si, para receber-nos, bondoso, entre seus braços. ‘Vinde, benditos de meu Pai.’ [...] ‘Possui o reino que vos está preparado desde a criação do mundo’ (Mateus 25, 34)”.

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Epílogo ___________________


“Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação”. (Lucas 21, 28) Os acontecimentos ligados ao final do tempo da graça é obra de preparo para o período de angústia, acham-se claramente reveladas. Aconteça o que acontecer não se queixem do cataclisma geral que virá num dia não muito distante. Agora deve cumprir-se o tempo das nações. Assim, nas profecias, o futuro se apresenta diante de nós tão claramente como se revelou aos discípulos pelas palavras de Cristo em Mateus 24, 14: “Este Evangelho do Reino será pregado pelo mundo inteiro para servir de testemunho a todas as nações, e então chegará o fim”. Quando o Cristo Jesus ressuscitado vindo pela segunda vez sobre as nuvens do céu, resplandecente e revestido de majestade, a glória que o acompanha não é superada por coisa alguma que os olhos mortais já tenham contemplado. Mas, devido às bênçãos do reinado de Cristo, o pecado será removido da terra, assemelhando-se à descrição do novo Paraíso terrestre dada por São João no Apocalipse 21, 3-4: “Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles. Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto nem choro nem dor, porque as coisas de antes passaram”.
AMÉM! VEM SENHOR JESUS!

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Notas ___________________

1° Sinal - Apostasia

Item 1: Profecia de São Nilo escrita no (séc. V).
Item 2: Profecia da Espanha Meridional (séc. XVIII).
Item 3: Irmã Elena Leonardi Aiello, italiana (1919†1961).
Item 4: Parágrafo da Carta diplomática sobre o 3º segredo de Fátima enviada em 1963 pelo Papa Paulo VI à Kennedy (EUA) e Kruschev (URSS).
Item 5: São Gregório Magno (540†604).

2° Sinal - Tempos de guerra

Item 6: Irmão "X", ditado em 1956.
Item 7: Jasper, Alemanha (séc. XIX).
Item 8: Profecia de Marienthal, ano de 1749.
Item 9: Abade de Reymond (Séc. XIV).
Item 10: Irmã Elena Leonardi Aiello, italiana disse em 1960.

3° Sinal - As testemunhas

Item 11: Monge Caesarius de Heisterbach (1180†1240).
Item 12: São Cesário, Arcebispo de Arles (469-71/542-3).
Item 13: Profecia inscrita nas Catacumbas Romanas (Data ?).
Item 14: Venerável Bartholomew Holzhauser (1613†1658).
Item 15: A Virgem Maria em la Salette, França 19.09.1846.

4° Sinal - Tempos de paz

Item 16: A Virgem Maria em la Salette, França 19.09.1846.
Item 17: Profecia de um Padre Dominicano (séc. XIV).
Item 18: Santa Hildegarda (1098†1179).
Item 19: Santa Anna – Maria Taigi (1769†1837).
Item 20: São Cesário, Arcebispo de Arles (469-71/542-3).

5° Sinal - Anticristo

Item 21: Santa Brígida da Suécia (1303†1373).
Item 22: Orígenes de Alexandria (185†254).
Item 23: Santa Hildegarda (1098†1179).
Item 24: Pe. Stefano Gobbi, M.S.M 15º edição, pág. 688.
Item 25: Anticristo – Monge Adso, escrito na França, entre 949 e 954.

6° Sinal - Parusia

Item 26: “Tudo Vos Foi Revelado”, autor Romero Gomes.
Item 27: Pe. Stefano Gobbi, M.S.M 15º Edição, pág. 805.
Item 28: “Tudo Vos Foi Revelado”, autor Romero Gomes.
Item 29: Pe. Stefano Gobbi, M.S.M 15º Edição, pág. 202.
Item 30: Introdução á vida devota Part. I Cap. XIV, pág. 69, de São Francisco de Sales.


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“Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do homem”. (Lucas 21,36)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Música e Arte Litúrgicas sob as luzes do Magistério da Igreja

Introdução

A situação da música religiosa na vida dos católicos se degradou muito intensamente nos últimos anos, sobretudo nas celebrações comunitárias da Eucaristia e outros eventos litúrgicos. Com o surgimento dos movimentos auto-entitulados "carismáticos", ou mais comumente conhecidos como "Renovação Carismática Católica" (RCC), produziu-se nas mentes católicas e nos círculos paroquiais e comunitários uma "nova cultura católica", oposta àquela recebida pelos católicos de décadas anteriores. Tais mudanças de índole de muitos católicos trouxeram não poucas confusões e desentendimentos no interior da Igreja. Com a Reforma Litúrgica de Paulo VI, muitas reformas a nível paroquial, diocesano e mesmo nacional foram apresentadas e praticadas como sendo a Reforma de Paulo VI, e assim, não obstante o povo católico rapidamente aderiu às reformas sob pretexto de obedecer o Papa. Entre as muitas mudanças e reformas postas em prática no âmbito das celebrações litúrgicas, destacam-se as que atingiram a música utilizada abertamente na Liturgia. Foi um verdadeiro abalo e uma verdadeira revolução musical. Neste contexto podemos perceber mais claramente que o Canto Gregoriano foi em muitos casos abandonado, em outros foi totalmente substituído por novos estilos, e em outros foi combatido. Da mesma forma, podemos atribuir isso ao caso da Polifonia Sacra e também do Hino Religioso, de forma que esses três gêneros de música sacra saíram, na prática, de linha (como poderíamos dizer de forma simples) da vida católica. A situação da vida litúrgica da Igreja ficou então com a Missa e os Sacramentos sendo celebrados sem os três tipos de música clássicos e tradicionais do catolicismo. Em substituição desses, entraram em prática as músicas nos mais variados estilos, como Rock, Pop, Gospel Protestante etc. Essa mudança foi tão rápida e radical que não se intimidaram com as portas do templo, penetraram totalmente os templos, além de serem utilizadas nas Missas e celebrações campais. Não obstante, a postura passiva dos Bispos e dos padres em fazer tais concessões à introdução desses estilos até então jamais utilizados na vida da Igreja. De ante de tal situação, o povo leigo reagiu com diferentes posturas: uns adotaram as reformas, outros não concordaram, porém não reclamaram e outros reclamaram. Se as autoridades eclesiásticas ficaram passivas de ante de tais inserções e mesmo apoiaram, não é de se surpreender que o povo católico, em sua maioria pelo menos, acreditasse que tais mudanças seriam as Reformas ordenadas ou pedidas pelos Papas e pelo Concílio Vaticano II. Como atualmente a situação ainda é a mesma, ainda que mostrando sinais que alimentam a esperança pela restauração daquilo que é patrimônio e cultura da Igreja Católica, desejamos expor os Ensinamentos do Magistério da Igreja Católica a cerca do tema da música na liturgia, com o intuito de contribuir um pouco para os esclarecimentos sobre aquilo que verdadeiramente o Magistério da Igreja sustenta sem reformas radicais. A situação atual é alarmante e se agrava com o apostolado da Renovação Carismática, que, com uma aparência de submissão ao Magistério da Igreja, produz shows, encontros, Missas que utilizam sem qualquer restrição os estilos de música Rock, Pop e Gospel Protestante. Essa tendência de apostolado tenta atribuir aos jovens que esses só ficariam na Igreja participando ativamente como leigo católico se a Igreja lhes oferecesse a oportunidade de usarem amplamente esses estilos modernos; aqui entra uma constante do Antropocentrismo, que parte do falso princípio que a música deve ser agradável ao homem (fora de Deus) ao invés de a Deus. Desejamos mostrar que os Papas e o Magistério da Igreja têm um conceito e orientação diferentes sobre o tema, e que o que o Magistério manda os jovens cultivarem com relação à música e o que o Magistério manda utilizar na Liturgia da Igreja não condiz e é oposto ao que a Renovação Carismática (como vemos pela Canção Nova etc) patrocina. O objetivo aqui será mostrar também que mesmo os Bispos em comunhão com o Papa não cumprem seu papel com relação ao tema Música na Liturgia e na Vida Cristã, de forma que eles mesmos não aderem ao Magistério da Igreja e ao Papa, não estão em comunhão prática com a Santa Sé. Aproveitando a carona dos princípios sobre a Música Sacra, mostraremos também os mesmos princípios sendo atribuídos às outras formas de arte. A gente faz as perguntas e o Magistério da Igreja no-las responde.



I- A Música na Liturgia (Histórico)



1) A música é um dom natural de Deus?

Sim. Ensina-nos o Papa Pio XII na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina: "Entre os muitos e grandes dons de natureza com que Deus, em quem há harmonia de perfeita concórdia e suma coerência, enriqueceu o homem, criado à sua "imagem e semelhança",(Cf. Gn 1,26) deve-se incluir a música, que, juntamente com as outras artes liberais, contribui para o gozo espiritual e para o deleite da alma."(n.2).



2) A música foi sempre utilizada no culto religioso, inclusive no Antigo Testamento?

Sim. Atesta-nos o Papa Pio XII na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina: "Nada de admirar, pois, que o canto sacro e a arte musical também tenham sido usados, conforme consta de muitos documentos antigos e recentes, para ornamento e decoro das cerimônias religiosas sempre e em toda parte, mesmo entre os povos pagãos; e que sobretudo o culto do verdadeiro e sumo Deus desde a antiguidade se tenha valido dessa arte. O povo de Deus, escapando incólume do mar Vermelho por milagre do poder divino, cantou a Deus um cântico de vitória; e Maria, irmã do guia Moisés, dotada de espírito profético, cantou ao som dos tímpanos, acompanhada pelo canto do povo.(Cf. Ex 15,1-20) E, posteriormente, enquanto se conduzia a arca de Deus da casa de Abinadab para a cidade de Davi, o próprio rei e "todo Israel dançavam diante de Deus com instrumentos de madeira trabalhada, cítaras, liras, tímpanos, sistros e címbalos".(2Sm 6,5) O próprio rei Davi fixou as regras da música a usar-se no culto sagrado, e do canto;(Cf. 1Cr 23,5; 25,2-31) regras que foram restabelecidas após o regresso do povo do exílio, e fielmente conservadas até a vinda do divino Redentor."(n.3).



3) A música foi utilizada pela igreja primitiva no culto ao Senhor?

Sim. Assegura-nos o Papa Pio XII na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina: "que na Igreja fundada pelo divino Salvador o canto sacro desde o princípio estivesse em uso e honra, é claramente indicado por são Paulo apóstolo, quando aos efésios assim escreve: "Sede cheios do Espírito Santo, recitando entre vós salmos e hinos e cânticos espirituais"(Ef 5,18s; cf. Col 3,16) e que esse uso de cantar salmos estivesse em vigor também nas assembléias dos cristãos, indica-o ele com estas palavras: "Quando vos reunis, alguns entre vós cantam o salmo".(1Cor 14,26) E que o mesmo acontecesse após a idade apostólica é atestado por Plínio, que escreve haverem os que tinham renegado a fé afirmado que "esta era a substância da falta de que eram inculpados, a saber: o costumarem a reunir-se num dado dia antes do aparecer da luz e cantarem um hino a Cristo como a Deus".(Plínio, Epist. X, 96, 7) Essas palavras do procônsul romano da Bitínia mostram claramente que nem mesmo no tempo da perseguição emudecia de todo a voz do canto da Igreja; isto confirma-o Tertuliano quando narra que nas assembléias dos cristãos "se lêem as Escrituras, cantam-se salmos, promove-se a catequese".(Cf. Tertuliano, De anima, c. 9; PL 2, 701; e Apol. 39; PL 1, 540)"(n.3).



4) Quando a Igreja Católica teve liberdade de culto já se costumava cantar salmos e hinos litúrgicos quase que diariamente?

Sim. "Restituída à Igreja a liberdade e a paz, muitos testemunhos se tem, dos padres e dos escritores eclesiásticos, que confirmam serem de usa quase diário os salmos e os hinos do culto litúrgico."(Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, n.4).



5) Como surgiu o Canto Gregoriano?

Vejamos o que nos atesta Sua Santidade Pio XII: "pouco a pouco se criaram mesmo novas formas e se excogitaram novos gêneros de cantos, cada vez mais aperfeiçoados pelas escolas de música, especialmente em Roma. O nosso predecessor, de feliz memória, são Gregório Magno, consoante a tradição reuniu cuidadosamente tudo o que havia sido transmitido, e deu-lhe sábia ordenação, provendo, com oportunas leis e normas, a assegurar a pureza e a integridade do canto sacro."(Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, n.4).



6) O Canto Gregoriano foi criado por São Gregório Magno?

Não. Porque o que São Gregório Magno fez foi dar "ordenação, provendo, com oportunas leis e normas, a assegurar a pureza e a integridade do canto sacro" ao que foi transmitido, ou seja, ao que já fazia parte da Tradição da Igreja, conforme nos atesta Pio XII.



7) Como surgiu o Hino Religioso Católico (ou Canto Religioso Popular)?

"Da santa cidade a modulação romana do canto aos poucos se introduziu em outras regiões do ocidente, e não somente ali se enriqueceu de novas formas e melodias, como também começou mesmo a ser usada uma nova espécie de canto sacro, o hino religioso, às vezes em língua vulgar."(Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, n.4).



8) O Canto Gregoriano começou bem cedo a ser executado com o acompanhamento do instrumento musical "órgão"?

Sim. "O próprio canto coral, que, pelo nome do seu restaurador, são Gregório, começou a chamar-se "Gregoriano", a começar dos séculos VIII e IX, em quase todas as regiões da Europa cristã, adquiriu novo esplendor, com o acompanhamento do instrumento musical chamado "órgão"."(Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, n.4).



9) Como surgiu o Canto Polifônico na Liturgia da Igreja?

"A partir do século IX, pouco a pouco a esse canto coral [Gregoriano] se juntou o canto polifônico, cuja teoria e prática se precisaram cada vez mais nos séculos subseqüentes, e que, sobretudo no século XV e no XVI, por obra de sumos artistas alcançou admirável perfeição."(Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, n.5).



10) A Igreja sempre teve por honra e sempre permitiu o Canto Polifônico no culto?

Sim. É o que nos assegura o Papa Pio XII: "A Igreja também teve sempre em grande honra este canto polifônico, e de bom grado admitiu-o para maior decoro dos ritos sagrados nas próprias basílicas romanas e nas cerimônias pontifícias."(Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, n.5).



11) A Igreja Católica preocupou-se sempre em tornar o Culto Divino esplêndido e ao mesmo tempo preocupou-se sempre em impedir a profanação da Liturgia?

Sim. É o que nos ensina a Encíclica Musicae Sacrae Disciplina: "O progresso dessa arte musical, ao passo que mostra claramente o quanto a Igreja se tem preocupado com tornar cada vez mais esplêndido e agradável ao povo cristão o culto divino, por outra parte explica como a mesma Igreja tenha tido, as vezes, de impedir que se ultrapassem nesse terreno os justos limites, e que, juntamente com o verdadeiro progresso, se infiltrasse na música sacra, deturpando-a, certo quê de profano e de alheio ao culto sagrado."(n.6).



12) Como ocorre a profanação da Liturgia e dos Ritos Sagrados por meio da música?

Introduzindo na "música sacra, deturpando-a, certo quê de profano e de alheio ao culto sagrado."(Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, n.6).



13) O Magistério da Igreja, especialmente os Papas, têm se preocupado em impedir a profanação da Liturgia por meio das músicas e em impedir a inserção de abusos na música sacra?

Sim. É o que nos assegura Sua Santidade o Papa Pio XII na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina: "A esse dever de solícita vigilância sempre foram fiéis os sumos pontífices; e também o concílio de Trento sabiamente proscreveu: "as músicas em que, ou no órgão ou no canto, se mistura algo de sensual e de impuro",(Conc. Trid., Sess. XXII: Decretum de obseruandis et vitandis in celebratione Missae) Deixando de parte não poucos outros papas, o nosso predecessor de feliz memória Bento XIV, em carta encíclica de 19 de Fevereiro de 1749, em preparação ao ano jubilar, com abundante doutrina e cópia de argumentos exortou de modo particular os bispos a proibirem por todos os meios, os reprováveis abusos que indebitamente se haviam introduzido na música.(Cf. Bento XIV, Carta enc. Annus qui; Opera omnia, (ed. Prati, Vol.17,1, p.16)) O mesmo caminho seguiram os nossos predecessores Leão XII, Pio VIII,(Cf. Carta apost., Bonum est confiteri Domino, (2 de agosto de 1828). Cf. Bullarium Romanum, ed. Prati, ed. Typ. Aldina, t. IX, p.139ss) Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII.(Cf. Acta Leonis XIII,14(1895), pp. 237-247; cf. AAS 27(1894), pp. 42-49) Todavia, em bom direito pode-se afirmar haver sido o nosso predecessor, de feliz memória, são Pio X, quem realizou uma restauração e reforma orgânica da música sacra, tornando a inculcar os princípios e as normas transmitidos pela antiguidade, e oportunamente reordenando-os segundo as exigências dos tempos modernos.(Cf. Acta Pii X, vol. I, pp. 75-87; AAS 36(1903-04), pp. 329-339; 387-395) Finalmente, tal como o nosso imediato predecessor Pio XI, de feliz memória, com a constituição apostólica "Divini cultus sanctitatem", de 20 de dezembro de 1929,(Cf. AAS 21(1929), pp. 33ss) também nós mesmos, com a encíclica "Mediator Dei", de 20 de novembro de 1947, ampliamos e corroboramos as prescrições dos pontífices precedentes.(Cf. AAS 39(1947), pp. 521-595)"(n.7).



II- A Arte e seus Princípios na Liturgia



a) A liberdade do artista e a Lei Divina



14) A missão da Igreja na vigilância sobre a música na Liturgia é ditar leis de caráter estético ou técnico?

Não. Ensina-nos a Encíclica Musicae Sacrae Disciplina do Papa Pio XII: "Com efeito, não se trata de ditar leis de caráter estético ou técnico a respeito da nobre disciplina da música; ao contrário, é intenção da Igreja que esta seja defendida de tudo que possa diminuir-lhe a dignidade, sendo, como é, chamada a prestar serviço num campo de tamanha importância como é o do culto divino."(n.8).



15) A liberdade do artista deve estar sujeita à Lei Divina?

Sim. "Nisto a música sacra não obedece a leis e normas diversas das que regulam todas as formas de arte religiosa, antes à própria arte em geral."(Musicae Sacrae Disciplina, n.9) e "questão que não pode ser resolvida com argumentos tirados da arte e da estética, mas que, em vez disso, deve ser examinada à luz do supremo postulado do fim último, regra sagrada e inviolável de todo homem e de toda ação humana. De fato, o homem diz ordem ao seu fim último - que é Deus - por força de uma lei absoluta e necessária, fundada na infinita perfeição da natureza divina, de maneira tão plena e perfeita, que nem mesmo Deus poderia eximir alguém de observá-la."(Musicae Sacrae Disciplina, n.10).



16) Todas as ações do homem devem manifestar a infinita perfeição de Deus, e imitá-la tanto quanto possível?

Sim. É o que nos ensina o Papa Pio XII: "Com essa lei eterna e imutável fica estabelecido que o homem e todas as suas ações devem manifestar, em louvor e glória do Criador, a infinita perfeição de Deus, e imitá-la tanto quanto possível. Por isso o homem, destinado por sua natureza a alcançar esse fim supremo, deve, no seu agir, conformar-se ao divino arquétipo, e nessa direção orientar todas as faculdades da alma e do corpo, ordenando-as retamente entre si, e devidamente domando-as para alcançar o do fim."(Musicae Sacrae Disciplina, n.10).



17) Introduzir nos templos obras artísticas sem inspiração religiosa é ofensa à piedade cristã?

Sim. É o que nos ensina o Papa Pio XII: "não ignoramos que nestes últimos anos alguns artistas, com grave ofensa da piedade cristã, ousaram introduzir nas Igrejas obras destituídas de qualquer inspiração religiosa, e em pleno contraste até mesmo com as justas regras da arte."(Musicae Sacrae Disciplina, n.9).



18) Quer dizer então que as artes e obras artísticas devem ser julgadas com base na sua conformidade com Deus?

Sim. "Portanto, também a arte e as obras artísticas devem ser julgadas com base na sua conformidade, com o fim último do homem; e, por certo, deve a arte contar-se entre as mais nobres manifestações do engenho humano, porque atinente ao modo de exprimir por obras humanas a infinita beleza de Deus, de que é ela o revérbero."(Musicae Sacrae Disciplina, n.10).



19) A expressão "a arte pela arte" é correta?

Não. Atesta-nos Pio XII: "a conhecida expressão "a arte pela arte" - com a qual, posto de parte aquele fim que é ingênito em toda criatura, erroneamente se afirma que a arte não tem outras leis senão aquelas que promanam da sua natureza, - essa expressão ou não tem valor algum, ou importa grave ofensa ao próprio Deus, Criador e fim último."(Musicae Sacrae Disciplina, n.10).



20) A liberdade do artista é sufocada por estar sujeita à Lei Divina?

Não. "a liberdade do artista - liberdade que não é um instinto, cego para a ação, regulado somente pelo arbítrio ou por certa sede de novidade -, pelo fato de estar sujeita à lei divina em nada é coarctada ou sufocada, mas, antes, enobrecida e aperfeiçoada."(Musicae Sacrae Disciplina, n.10).



b) A arte religiosa e a Fé dos artistas



21) A Arte Religiosa exige artistas inspirados pela Fé e pelo Amor?

Sim. É o que nos ensina o Papa Pio XII: "Isso, se vale para toda obra de arte, claro é que deve aplicar-se também a respeito da arte sacra e religiosa. Antes, a arte religiosa é ainda mais vinculada a Deus e dirigida a promover o seu louvor e a sua glória,..."(Musicae Sacrae Disciplina, n.11).



22) Qual é a única finalidade da Arte Religiosa?

A "de ajudar poderosamente os fiéis a elevar piedosamente a sua mente à Deus, agindo ela [a Arte Religiosa], por meio das suas manifestações, sobre os sentidos da vista e do ouvido."(Musicae Sacrae Disciplina, n.11).



23) O artista sem fé ou arredio de Deus pode ocupar-se da Arte Religiosa? Por quê?

Não. "o artista sem fé, ou arredio de Deus com a sua alma e com a sua conduta, de maneira alguma deve ocupar-se de arte religiosa;"(Musicae Sacrae Disciplina, n.11), porque "realmente, não possui ele aquele olho interior que lhe permite perceber o que é requerido pela majestade de Deus e pelo seu culto."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 11).



24) As obras de arte dos artistas sem Fé e sem Caridade se revelam a perícia e uma certa habilidade exterior do autor, podem ser aceitas nos templos da Igreja Católica?

Não. É o que ensina clara e insistentemente o Papa Pio XII na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina: "Nem se pode esperar que as suas obras [dos artistas sem Fé e Caridade], destituídas de inspiração religiosa - mesmo se revelam a perícia e uma certa habilidade exterior do autor -, possam inspirar aquela fé e aquela piedade que convêm à majestade da casa de Deus; e, portanto, nunca serão dignas de ser admitidas no templo da igreja, que é a guardiã e o árbitro da vida religiosa."(n. 11).



25) Quer dizer então que as autoridades eclesiásticas que permitem a introdução e uso nas igrejas de obras de artistas não-católicos agem contrariamente ao que determina o Magistério da Igreja?

Sim. É o que se percebe na prática.



26) Este princípio vale para todos os tipos de artes, como música, arquitetura, literatura, pintura, escultura?

Sim. "Isso, se vale para toda obra de arte, claro é que deve aplicar-se também a respeito da arte sacra e religiosa."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 11). A Sacrosanctum Concilum do Concílio Vaticano II confirma: "A Igreja aprova e aceita no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades requeridas."(n. 112). A Encíclica Mediator Dei do Papa Pio XII também declara: "Desejamos e recomendamos calorosamente, ainda uma vez, o decoro dos sagrados edifícios e altares. Sinta-se cada um animado pela palavra divina: "O zelo de tua casa me devora"(Sl 68,10; Jo 2,17) e se empenhe segundo as suas forças para que tudo, quer nos sagrados edifícios, quer nas vestes e nas alfaias litúrgicas, ainda que não brilhe por excessiva riqueza e esplendor, seja, todavia, apropriado e limpo, estando tudo consagrado à divina Majestade."(Mediator Dei, n. 174).



27) O artista com fé e amor, ao exprimir sua fé e piedade, pratica um ato de culto e de religião, além de estimular o povo a professar a fé e a cultivar a piedade?

Sim. É o que nos ensina a Musicae Sacrae Disciplina: "o artista que tem fé profunda e leva conduta digna de um cristão, agindo sob o impulso do amor de Deus e pondo os seus dotes a serviço da religião por meio das cores, das linhas e da harmonia dos sons, fará todo o esforço para exprimir a sua fé e a sua piedade com tanta perícia, beleza e suavidade, que esse sagrado exercício da arte constituirá para ele um ato de culto e de religião, e estimulará grandemente o povo a professar a fé e a cultivar a piedade."(n. 12).



28) A Igreja Católica tem por honra os artistas fervorosos?

Sim. "Tais artistas são e sempre serão tidos em honra pela Igreja; esta lhes abrirá as portas dos templos, visto comprazer-se no contributo não pequeno que, com a sua arte e com a sua operosidade, eles dão para um mais eficaz desenvolvimento do seu ministério apostólico."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 12).



c) Finalidade da música sacra



29) Qual é a finalidade da Música Sacra?

"nisto consiste a dignidade e a excelsa finalidade da música sacra, a saber, em - por meio das suas belíssimas harmonias e da sua magnificência - trazer decoro e ornamento às vozes quer do sacerdote ofertante, quer do povo cristão que louva o sumo Deus; em elevar os corações dos fiéis a Deus por uma intrínseca virtude sua, em tornar mais vivas e fervorosas as orações litúrgicas da comunidade cristã, para que Deus uno e trino possa ser por todos louvado e invocado com mais intensidade e eficácia."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 14).



30) Quer dizer que a Música Sacra tem que ser ao mesmo tempo Boa, Verdadeira e Bela?

Sim, para atender à sua finalidade.



31) A Música Sacra aumenta a honra que a Igreja dá a Deus e aumenta o fruto que os fiéis tiram da Liturgia para a vida cristã cotidiana?

Sim. É o que nos ensina a Musicae Sacrae Disciplina: "Portanto, por obra da música sacra é aumentada a honra que a Igreja dá a Deus em união com Cristo seu chefe; e, outrossim, é aumentado o fruto que, estimulados pelos sagrados acordes, os fiéis tiram da sagrada liturgia e costumam manifestar por uma conduta de vida dignamente cristã, como mostra a experiência cotidiana e como confirmam muitos testemunhos de escritores antigos e recentes. Falando dos cânticos "executados com voz límpida e com modulações apropriadas", assim se exprime santo Agostinho: "Sinto que as nossas almas se elevam na chama da piedade com um ardor e uma devoção maior por efeito daquelas santas palavras quando elas são acompanhadas pelo canto, e todos os diversos sentimentos do nosso espírito acham no canto uma sua modulação própria, que os desperta por força de não sei que relação oculta e íntima".(S. Agostinho, Confess., 1. X, c. 33, PL 32, 799ss)"(n.14).



32) A Música Sacra está mais próxima do Culto Divino que as outras belas-artes?

Sim. "Essas leis da arte religiosa vinculam com ligame ainda mais estreito e mais santo a música sacra, visto estar esta mais próxima do culto divino do que as outras belas-artes, como a arquitetura, a pintura e a escritura; estas procuram preparar uma digna sede para os ritos divinos, ao passo que aquela ocupa lugar de primeira importância no próprio desenvolvimento das cerimônias e dos ritos sagrados."(Musicae Sacrae Disciplina, n.13).



33) A Igreja precisa eliminar da Música Sacra tudo o que destoa do culto divino ou impede os fiéis de elevarem sua mente a Deus?

Sim. É o que declara a Musicae Sacrae Disciplina: "Por isso, deve a Igreja, com toda diligência; providenciar para remover da música sacra, justamente por ser esta a serva da sagrada liturgia, tudo o que destoa do culto divino ou impede os fiéis de elevarem sua mente a Deus."(n.13).



d) Música sacra e seu papel litúrgico



34) Como aumenta a dignidade e a importância da Música Sacra na Liturgia?

"seja tanto maior quanto mais de perto a sua ação se relaciona com o ato supremo do culto cristão, isto é, com o sacrifício eucarístico do altar. Não pode ela, pois, realizar nada de mais alto e de mais sublime do que o oficio de acompanhar com a suavidade dos sons a voz do sacerdote que oferece a vítima divina, do que responder alegremente às suas perguntas juntamente com o povo que assiste ao sacrifício, e do que tornar mais esplêndido com a sua arte todo o desenvolvimento do rito sagrado."(Musicae Sacrae Disciplina, n.15).



35) A tradição musical da Igreja é um tesouro que excede todas as outras expressões de arte?

Sim. É o que nos ensina a Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium, do Concílio Ecumênico Vaticano II: "A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia solene."(n. 112).



e) Música sacra e seu papel extralitúrgico



36) A música religiosa, apesar de não ser utilizada ao serviço da Liturgia implica vantagens à religião pelo seu conteúdo e finalidade, influenciando a alma dos fiéis?

Sim. É o que nos ensina a Musicae Sacrae Disciplina: "em grande estima se deve ter também a música que, embora não sendo destinada principalmente ao serviço da sagrada liturgia, todavia, pelo seu conteúdo e pelas suas finalidades, importa muitas vantagens à religião, e por isso com toda razão é chamada música "religiosa". Na verdade, também este gênero de música sacra - que teve origem no seio da Igreja, e que sob os auspícios desta pôde felizmente desenvolver-se está, como o demonstra a experiência, no caso de exercer nas almas dos fiéis uma grande e salutar influência, quer seja usada nas igrejas durante as funções e as sagradas cerimônias não-litúrgicas, quer fora de igreja, nas várias solenidades e celebrações."(n. 16).



37) A catequese pode tirar proveito da música religiosa extralitúrgica?

Sim. "Daí segue que até mesmo os meninos e as meninas, aprendendo na tenra idade esses cânticos sacros, são muito ajudados a conhecer, a apreciar e a recordar as verdades da nossa fé, e assim o apostolado catequético tira deles não leve vantagem. Depois, esses cânticos religiosos, enquanto recreiam a alma dos adolescentes e dos adultos, oferecem a estes um casto e puro deleite, emprestam certo tom de majestade religiosa às assembléias e reuniões mais solenes, e até às próprias famílias cristãs trazem santa alegria, doce conforto e espiritual proveito."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 16).



f) Música sacra é meio de apostolado



38) Os que se ocupam da Música Sacra exercem verdadeiro e real apostolado?

Sim. É o que nos ensina o Papa Pio XII na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina: "Afinal, todos quantos ou compõem música segundo o seu próprio talento artístico, ou a dirigem ou a executam vocalmente ou por meio de instrumentos musicais, todos esses, sem dúvida, exercitam um verdadeiro e real apostolado, mesmo de modo vário e diverso, e por isso receberão em abundância, de Cristo nosso Senhor, as recompensas e as honras reservadas aos apóstolos, à medida que cada um houver desempenhado fielmente o seu cargo."(n. 17).



III- Qualidade da Música Sacra e Regras que presidem sua execução na Liturgia da Igreja Católica



39) A música litúrgica deve ser santa, sem elementos profanos?

Sim. "não admita ela em si o que soa de profano, nem permita se insinue nas melodias com que é apresentada."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 20).



40) Qual o gênero de música sacra que mais atende a essa santidade?

O Canto Gregoriano, pois nos ensina a Musicae Sacrae Disciplina que "A essa santidade se presta sobretudo o canto gregoriano, que desde tantos séculos se usa na Igreja, a ponto de se poder dizê-lo patrimônio seu. Pela íntima aderência das melodias às palavras do texto sagrado, esse canto não só quadra a este plenamente, mas parece quase interpretar-lhe a força e a eficácia, instilando doçura na alma de quem o escuta;..."(n. 20).



41) O Concílio Vaticano II confirma este ensinamento?

Sim, pois que nos ensina: "A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na ação litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar."(Sacrosanctum Concilium, n. 116).



42) Conservar cuidadosamente o Canto Gregoriano e fazer o povo amplamente participante dele é competência dos pastores da Igreja Católica?

Sim. É o que nos ensina o Papa Pio XII: "Conservar cuidadosamente esse precioso tesouro do canto gregoriano e fazer o povo amplamente participante dele, compete a todos aqueles a quem Jesus Cristo confiou a guarda e a dispensação das riquezas da Igreja."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 20). E a Sacrosanctum Concilium manda que: "Guarde-se e desenvolva-se com diligência o patrimônio da música sacra. Promovam-se com empenho, sobretudo nas igrejas catedrais, as «Scholae cantorum». Procurem os Bispos e demais pastores de almas que os fiéis participem ativamente nas funções sagradas que se celebram com canto, na medida que lhes compete..."(n. 114).



43) É direito dos fiéis católicos terem o Canto Gregoriano em ativo uso nas celebrações litúrgicas de suas comunidades?

Sim. É o que nos ensina a Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II: "Procurem os Bispos e demais pastores de almas que os fiéis participem ativamente nas funções sagradas que se celebram com canto, na medida que lhes compete..."(n. 114). O Papa Pio XII na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina ordena: "Por isso, aquilo que os nossos predecessores são Pio X, com toda a razão chamado restaurador do canto gregoriano,(Carta ao Card. Respighi, Acta Pii X,1, pp. 68-74; v pp. 73ss; AAS 36(1903-04), pp. 325-329; 395-398; v. 398) e Pio XI ,(Pio XI, Const. apost. Divini cultus; AAS 21(1929}, pp. 33ss) sabiamente ordenaram e inculcaram, também nós queremos e prescrevemos que se faça, prestando-se atenção às características que são próprias do genuíno canto gregoriano; isto é, que na celebração dos ritos litúrgicos se faça largo uso desse canto, e se providencie com todo cuidado para que ele seja executado com exatidão, dignidade e piedade."(n. 20).



44) As autoridades eclesiásticas que fazem "vista grossa" ao Canto Gregoriano ou evitam seu uso nas comunidades estão em conformidade com a Santa Sé?

Não, pois não atendem ao Magistério da Igreja, que ensina: "A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na ação litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar."(Sacrosanctum Concilium, n. 116).



45) É permitida a composição de novas melodias gregorianas?

Sim, desde que "seja isso feito por mestres verdadeiramente competentes, de modo que se observem fielmente as leis próprias do verdadeiro canto gregoriano, e as novas composições porfiem, em valor e pureza, com as antigas."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 20).



46) A execução do Canto Gregoriano em todas as igrejas católicas do mundo é penhor de universalidade e unidade?

Sim. É o que nos ensina Sua Santidade o Papa Pio XII: "se em todas as Igrejas católicas do mundo ressoar incorrupto e íntegro o canto gregoriano, também ele, como a liturgia romana, terá a nota de "universalidade", de modo que os fiéis em qualquer parte do mundo ouçam essas harmonias como familiares e como coisa de casa, experimentando assim, com espiritual conforto, a admirável unidade da Igreja."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 21).



47) Quer dizer então que as dioceses que evitam o uso do Canto Gregoriano, ou não o têm em primeiro lugar, estão contrárias às disposições do Magistério da Igreja expressas na Encíclica Musicae Sacrae Disciplina, Sacrosanctum Concilium e ensinamentos tradicionais precedentes?

Sim.



48) Os pastores devem providenciar para que os fiéis católicos aprendam desde a infância pelo menos as melodias gregorianas mais simples?

Sim. É o que manda Sua Santidade Pio XII: "cuidem atentamente os ordinários e os outros sagrados pastores, que desde a infância os fiéis aprendam ao menos as melodias gregorianas mais fáceis e mais em uso, e saibam valer-se delas nos sagrados ritos litúrgicos, de modo que também nisso brilhe sempre mais a unidade e a universalidade da Igreja."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 22).



49) Com a primazia do Canto Gregoriano na Liturgia da igreja de rito romano, a Música Polifônica deve ser evitada ou abandonada?

Não. Assegura-nos Pio XII: "Com o que havemos dito para louvar e recomendar o canto gregoriano, não é intenção nossa remover dos ritos da Igreja à polifonia sacra, a qual, desde que exornada das devidas qualidades, pode contribuir bastante para a magnificência do culto divino e para suscitar piedosos afetos na alma dos fiéis. Afinal, bem sabido é que muitos cantos polifônicos, compostos sobretudo no século XVI, brilham por tal pureza de arte e tal riqueza de melodias, que são inteiramente dignos de acompanhar e como que de tornar mais perspícuos os ritos da Igreja."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 26). E a Sacrosanctum Concilium nos ensina: "Não se excluem todos os outros gêneros de música sacra, mormente a polifonia, na celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito da ação litúrgica..."(n. 116).



50) Quer dizer que é permitido fazer largo uso da Música Polifônica na Liturgia?

Sim, desde que conforme permite o Magistério da Igreja. "Destarte sucede que, nas basílicas, nas catedrais, nas igrejas dos religiosos, podem executar-se quer as obras-primas dos antigos mestres, quer composições polifônicas de autores recentes, com decoro do rito sagrado; antes sabemos que, mesmo nas igrejas menores, não raramente se executam cantos polifônicos mais simples, porém compostos com dignidade e verdadeiro senso de arte: A Igreja favorece todos estes esforços; realmente, consoante às palavras do nosso predecessor de feliz memória são Pio X, ela "sempre favoreceu o progresso das artes e ajudou-o, acolhendo no uso religioso tudo o que o engenho humano tem criado de bom e de belo no curso dos séculos, desde que ficassem salvas as leis litúrgicas"(Acta Pii X,1, p. 80)"(Musicae Sacrae Disciplina, n. 27).



51) O quê a execução da Música Polifônica na Liturgia da Igreja deve observar na prática?

"Estas leis [litúrgicas] exigem que, nesta importante matéria, se use de toda prudência e se tenha todo cuidado a fim de que se não introduzam na Igreja cantos polifônicos que, pelo modo túrgido e empolado, ou venham a obscurecer, com a sua prolixidade, as palavras sagradas da liturgia, ou interrompam a ação do rito sagrado, ou, ainda, aviltem a habilidade dos cantores com desdouro do culto divino."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 27).



52) Qual o instrumento musical que ocupa o primeiro lugar entre os instrumentos musicais aos quais as portas do templo católico são abertas?

O Órgão, como nos ensina Pio XII: "Entre os instrumentos a que é aberta a porta do templo vem, de bom direito, em primeiro lugar o órgão, por ser particularmente adequado aos cânticos sacros e aos sagrados ritos, por conferir às cerimônias da Igreja notável esplendor e singular magnificência, por comover a alma dos fiéis com a gravidade e doçura do seu som, por encher a mente de gozo quase celeste, e por elevar fortemente à Deus e às coisas celestes."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 28).



53) O Concílio Vaticano II confirma este ensinamento?

Sim. "Tenha-se em grande apreço na Igreja latina o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimônias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito para Deus."(Sacrosanctum Concilium, n. 120).



54) Além do órgão, o Magistério da Igreja permite que se introduzam nos templos católicos outros instrumentos musicais?

Sim, "Além do órgão, há outros instrumentos que podem eficazmente vir em auxílio para se atingir o alto fim da música sacra, desde que nada tenham de profano, de barulhento, de rumoroso, coisas essas destoantes do rito sagrado e da gravidade do lugar."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 29).



55) Quer dizer então que instrumentos musicais que produzem muito barulho têm o uso proibido dentro dos templos católicos?

Sim. É o que ensina Pio XII: "desde que nada tenham de profano, de barulhento, de rumoroso"(Musicae Sacrae Disciplina, n.29).



56) Quer dizer então que a execução das baterias, guitarras e instrumentos musicais similares são proibidos dentro do templo e na Liturgia?

Sim. Porque são os instrumentos musicais mais barulhentos e devido ao barulho que produzem violam o rito sagrado e a sacralidade do templo. Tais instrumentos não são adaptáveis à sacralidade dos ritos litúrgicos e porque destoam dos ritos sagrados e da gravidade do lugar não são de maneira nenhuma permitidos. "O zelo de tua casa me devora"(Sl 68,10; Jo 2,17). Ordena o Santo Padre o Papa São Pio X que: "É proibido, na Igreja, o uso do piano bem como o de instrumentos fragorosos, o tambor, o bombo, os pratos, as campainhas e semelhantes."(Motu Proprio Tra Le Sollicitude, n. 19).



57) As paróquias e autoridades eclesiásticas que permitem o uso de instrumentos musicais barulhentos na Missa e demais celebrações litúrgicas profanam então a Liturgia e o templo consagrado?

Sim, porque a profanação da Liturgia pela música ocorre quando se insere na música sacra "certo quê de profano e de alheio ao culto sagrado"(Musicae Sacrae Disciplina, n.6) e coisa barulhenta está entre as coisas que Pio XII classifica de "coisas essas destoantes do rito sagrado e da gravidade do lugar."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 29).



58) Os instrumentos musicais que não podem ser usados no templo podem ser usados em Missas Campais e outras solenidades litúrgicas fora do templo?

Não. Porque ainda que tais instrumentos não destoem da gravidade do lugar (exterior do templo), são "destoantes do rito sagrado"(Musicae Sacrae Disciplina, n. 29).



59) Quais os instrumentos musicais, além do órgão, que podem ser usados na Liturgia da Igreja Católica?

"Entre eles vêm, em primeiro lugar, o violino e outros instrumentos de arco, os quais, ou sozinhos ou juntamente com outros instrumentos e com o órgão, exprimem com indizível eficácia os sentimentos, de tristeza ou de alegria, da alma."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 29).



60) Para os instrumentos musicais serem então utilizados na Liturgia precisam ao mesmo tempo não terem nada de profano, não destoarem da santidade do lugar e não destoarem da ação litúrgica, além de não serem extravagantes?

Sim. ""Quando eles [os instrumentos musicais] não tiverem nada de profano ou de destoante da santidade do lugar e da ação litúrgica, e não forem em busca do extravagante e do extraordinário, tenham também acesso nas nossas igrejas, podendo contribuir não pouco para o esplendor dos ritos sagrados, para elevar a alma para o alto, e para afervorar a verdadeira piedade da alma".,(AAS 39(1947), p. 590)"(Musicae Sacrae Disciplina, n. 29).



61) Sobre os instrumentos musicais permissíveis, a Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II concorda com a Musicae Sacrae Disciplina de Pio XII?

Sim. "Podem utilizar-se no culto divino outros instrumentos, segundo o parecer e com o consentimento da autoridade territorial competente, conforme o estabelecido nos art. 22 § 2, 37 e 40, contanto que esses instrumentos estejam adaptados ou sejam adaptáveis ao uso sacro, não desdigam da dignidade do templo e favoreçam realmente a edificação dos fiéis."(Sacrosanctum Concilium, n. 120).



62) Quando se há dúvida se um instrumento musical pode ou não ser utilizado no templo e na Liturgia, qual é a regra a seguir?

Ensina-nos o Papa Pio XII que é melhor se abster do uso de tal instrumento: "É o caso apenas de advertir que, quando faltarem a capacidade e os meios para tanto, melhor será abster-se de semelhantes tentativas, do que fazer coisa menos digna do culto divino e das reuniões sacras."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 29).



63) Além do Canto Gregoriano e da Música Polifônica existe outro gênero de Música Sacra que pode ser executado nos templos e cerimônias religiosas?

Sim. O Canto Religioso Popular.



64) Como devem ser os cânticos religiosos populares?

"A fim de que semelhantes cânticos religiosos proporcionem fruto espiritual e vantagem ao povo cristão, devem ser plenamente conformes ao ensinamento da fé cristã, expô-la e explicá-la retamente, usar linguagem fácil e melodia simples, fugir da profusão de palavras empoladas e vazias, e, finalmente, mesmo sendo breves e fáceis, ter uma certa dignidade e gravidade religiosa."(Musica Sacrae Disciplina, n. 30).



65) O Canto Religioso Popular se origina do Canto Litúrgico?

Sim. "A esses aspectos que têm mais estreita ligação com a liturgia da Igreja juntam-se, como dissemos, os cantos religiosos populares, escritos as mais das vezes em língua vulgar, os quais se originam do próprio canto litúrgico, mas, sendo mais adaptados à índole e aos sentimentos de cada povo em particular, diferem não pouco entre si, conforme o caráter dos povos e a índole particular das nações."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 30).



66) Esse Canto Religioso deve ser promovido nas dioceses pelos Bispos?

Sim. "Por isso, não podemos deixar de exortar-vos vivamente, veneráveis irmãos, a vos dignardes, com todo cuidado e por todos os meios, de favorecer e promover nas vossas dioceses esse canto popular religioso."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 32).



67) Este Canto ocupa lugar importante na catequese?

Sim. "Aqueles a quem está confiada a formação religiosa dos meninos e das meninas não deixem de valer-se, pelo modo devido, desses eficazes auxílios, e os assistentes da juventude católica usem deles retamente na grave tarefa que lhes foi confiada."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 32).



68) Qual a vantagem que se espera no uso do Canto Religioso Popular?

"a de que sejam eliminadas essas canções profanas que, ou pela moleza do ritmo, ou pelas palavras não raro voluptuosas e lascivas que o acompanham, costumam ser perigosas para os cristãos, especialmente para os jovens, e sejam substituídas por essas outras que proporcionam um prazer casto e puro, e que, ao mesmo tempo, alimentam a fé e a piedade"(Musicae Sacrae Disciplina, n. 32).



69) Quer dizer então que canções com moleza no ritmo, sensuais e que falam das coisas sagradas com linguajar vulgar devem ser eliminadas?

Sim. É o que ensina a Musicae Sacrae Disciplina: "sejam eliminadas essas canções profanas que, ou pela moleza do ritmo, ou pelas palavras não raro voluptuosas e lascivas que o acompanham..."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 32).



70) O Canto Religioso Popular pode ser utilizado então na Santa Missa?

Sim, desde que seja um canto com as características mencionadas pela Musicae Sacrae Disciplina.



71) É direito dos fiéis terem acesso a uma música sacra idônea?

Sim. "É um direito da comunidade de fiéis que, sobretudo na celebração dominical, haja uma música sacra adequada e idônea,..."(Instrução Redemptionis Sacramentum, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, n. 57).



72) Como devem ser as composições dos compositores de música sacra?

"...as suas composições se apresentem com as características da verdadeira música sacra..."(Sacrosanctum Concilium, n. 121).



73) Como devem ser os textos destinados ao canto sacro?

"Os textos destinados ao canto sacro devem estar de acordo com a doutrina católica e inspirar-se sobretudo na Sagrada Escritura e nas fontes litúrgicas."(Sacrosanctum Concilium, n. 121).



74) As músicas barulhentas e rumorosas têm as características da música sacra?

Não. Pois o Papa Pio XII nos ensina que coisas profanas, barulhentas e rumorosas são "destoantes do rito sagrado e da gravidade do lugar."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 29) e para se profanar a Liturgia por meio da música basta que a música seja profana, ou seja, tenha em si algo que de profano e alheio ao culto sagrado.



75) Quer dizer então que as músicas religiosas no estilo Rock, Pop, Gospel etc não são músicas sacras e não se enquadram no citado canto religioso popular?

Sim. As músicas nesses estilos não são sacras e não se enquadram no Canto Religioso Popular mencionado na Musicae Sacrae Disciplina, porque para uma música ser sacra ela "deve possuir as qualidades próprias da liturgia, e em primeiro lugar a santidade e a beleza da forma; por onde de per si se chega a outra característica sua, a universalidade".(São Pio X, Acta Pii X, 1, p.78), e para ela "ser "santa"; não admita ela em si o que soa de profano, nem permita se insinue nas melodias com que é apresentada."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 20). Além disso, a Musicae Sacrae Disciplina manda que o Canto Religioso Popular deve "usar linguagem fácil e melodia simples, fugir da profusão de palavras empoladas e vazias, e, finalmente, mesmo sendo breves e fáceis, ter uma certa dignidade e gravidade religiosa."(Musicae Sacrae Disciplina, n. 30), e a esse requisito não atendem as músicas nos estilos a cima citados.



76) Se as músicas no estilo Rock, Pop, Gospel etc não são sacras, elas não podem de forma alguma serem utilizadas na Missa e na Liturgia da Igreja Católica, nem dentro do templo, nem fora do templo?

Sim. Tais músicas nesses estilos destoam do culto sagrado e da dignidade do templo; são barulhentas e rumorosas ou/também sensuais; possuem elementos profanos que "ou pela moleza do ritmo, ou pelas palavras não raro voluptuosas e lascivas que o acompanham, costumam ser perigosas para os cristãos, especialmente para os jovens"(Musicae Sacrae Disciplina, n. 32).



77) As autoridades eclesiásticas têm então o dever de impedir a profanação da Liturgia com as músicas religiosas ao estilo Rock, Pop, Gospel etc?

Sim.



78) Se uma música na Liturgia é perigosa aos cristãos por ser sensual, agressiva, barulhenta ou melosa, esse princípio também se aplica ao uso da música no cotidiano dos cristãos?

Sim.



79) Existe uma maneira fácil de se analisar a presença, a ausência ou a medida de sacralidade em uma música? Qual é?

Sim. Ensina-nos Sua Santidade o Papa São Pio X: "o canto gregoriano foi sempre considerado como o modelo supremo da música sacra, podendo com razão estabelecer-se a seguinte lei geral: uma composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproxima no andamento, inspiração e sabor da melodia gregoriana, e será tanto menos digna do templo quanto mais se afastar daquele modelo supremo."(Motu Proprio Tra Le Sollicitude, n. 3).


"Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!"