AS APARIÇÕES DE JACAREÍ SÃO PAULO - SP

AS APARIÇÕES DE JACAREÍ SÃO PAULO - SP
Vidente Marcos Tadeu Teixeira

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sábado, 16 de janeiro de 2010

PART I - JESUS AOS DOZE ANOS EM JERUSALÉM

A cada ano quando José e Maria, os pais de Jesus, deixavam Nazaré e já tinham subido para a cidade de Jerusalém, em meio à multidão de peregrinos que acorria de longe para festejar juntos, como entre irmãos, a mais importante e solene de todas as festas, quando se celebra a Páscoa. Como hoje se ler no Evangelho de Lc 2,41-4: “Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Tendo Jesus já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa” e de acordo com a tradição do povo judeus, espalhados por todas as cidades vizinhas, pelas regiões da Galiléia, da Judéia até Samaria da época. Ainda quando se celebra em sinal do testemunho do Senhor, após a passagem do fim da escravidão do Egito e a liberdade do povo eleito do Deus de Israel. Daí estas palavras: “Estando, nesse dia, todo o servo do Senhor..., de modo que se pudesse celebrar a Páscoa e oferecer os holocaustos no altar do Senhor, os filhos de Israel presentes celebraram a seu tempo a Páscoa, e a festa dos Ázimos, durante sete dias.” (2 Cr 35,16-17) Jerusalém capital da Judéia, tem sido por muito tempo centro de todas as festas e para lá o caminho de todas as peregrinações religiosas, sempre de portões abertos a todos os passantes. Cercada ao seu redor de grandes muralhas, com suas torres de vigia guardando os muros contra os invasores armados com suas investidas de guerra, com seus soldados romanos mais fortes, protegendo com a espada toda cidade dos bandos de saqueadores, povo rebeldes e homicidas, em pouco tempo, tornou-se uma civilização das mais populosas de todas as cidades representadas do oriente e com toda segurança Jerusalém estava salva. Só mais tarde, os viajantes de Nazaré, chegaram após três dias de longas caminhadas através da Judéia, a caravana enfim atravessou lentamente os portões da cidade em festa para encontrar-se com Deus. Lá estavam todos, com seus corpos ainda cansados das noites mal dormidas, e todos os dias calçados de suas sandálias, José e Maria, andavam tranqüilos na companhia do menino Jesus, dos vizinhos e parentes, eram gentes simples, que trazem nas bolsas suas economias, porque hão de adorá-lo com sacrifícios santos e oferendas consagradas, que o Senhor Deus, o Santo de Israel, os preparou para a salvação, como está escrito: “E outros virão das cidades de Judá e dos arredores de Jerusalém, das terras de Benjamim e das planícies e da região montanhosa, assim como no Negeb, para oferecerem holocaustos, sacrifícios, oblações, incenso e sacrifícios de ação de graças na casa do Senhor.” (Jr 17,26) Por onde passam, sempre por perto, amontoavam-se nas ruas barulhentas da cidade, os comércios ambulantes com seus negócios públicos e os mercadores que a povoam. Jerusalém também se tornou parte do Império Romano, e Roma tinha lá sua sede de governo, com seus procuradores e governantes, ocupando os tronos de reis, tribunais, luxuosos palácios e também homens de finanças, atraídos pela ganância, tornam-se os senhores da Judéia, de posse dos seus criados sempre subordinados a serviço do teu amo e concubinas compradas a dinheiro sempre atrás seus caprichos e assim, é fundado o poder do estado, mesmo mal exercido, sobre a força e sobre a fraude estão os seus domínios. Confirma-se mais tarde com a profecia de Is 1,21-23: “Como se tornou uma meretriz esta cidade, outrora fiel e justa? Nela habitava a justiça, agora moram os assassinos. Tua prata transformou-se em escória, teu vinho tornou-se aguado; teus príncipes são desonestos, cúmplices de ladrões; gostam de subornos e vão atrás de gratificações; não fazem justiça ao órfão, não chega até eles à causa da viúva.” Devido ao seu enorme saber, o menino Jesus, resolve voltar novamente para o templo, deixará os pais se afastando das ruas tumultuadas e agitadas, em meio à multidão barulhenta sobe ao templo da cidade, sobre isto está escrito 1 Sm 2,11: “O menino servia na presença do Senhor, sob a direção do sacerdote” e de todos do seu partido, isto é, o partido dos Saduceus e Fariseus, onde se costumava nos dias festivos o próprio Sinédrio se apresentarem em uma sala, como único local que se mantinham suas reuniões regulares: “O sumo-sacerdote chegou com os seus partidários e convocou o Sinédrio e o Conselho formado pelas pessoas importantes do povo de Israel.” (At 5,21) E também reservada a rever as leituras dos antigos pergaminhos, a dedicação completa aos estudos dos mistérios dos escritos sagrados, foi o que diz a Escritura: “Os mestres da lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a lei de Moisés.” (Mt 23,1) Mas desta vez, o menino Jesus se apressa em cumprir o que como Deus lhe era sagrado fazer, Mestre da boa nova, quer ensinar pela palavra do seu próprio testemunho aos doutores da lei, escribas e fariseus, que não só basta terem sido instruídos nas academias rabínicas, mas é preciso uma total compreensão dos sinais descritos nos Livros das revelações, quando outrora o Senhor falou pelos antigos profetas, sobre o mistério da salvação do Filho único de Deus para toda a humanidade. E a profecia de Deus traz as seguintes palavras: "Eis meu Servo que eu amparo meu eleito ao qual dou toda minha afeição, faço repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião. Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a verdadeira religião; não desanimará, nem desfalecerá, até que tenha estabelecido a verdadeira religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem seus ensinamentos.” (Is 42, 1-3) Durante a ida de Jesus ao templo acontece, porém, que os olhos do menino vendo indignado, a habitual morada do Pai Celeste, ser habitada por tão grande numero de mercenários da fé, de certa forma, Jesus ficou ofendido e sacudia a cabeça pela impetulância dos chefes dos sacerdotes, que cheios de autoridade e religião, jamais sequer tomou qualquer atitude disciplinar que impedisse tamanha vergonha e profanação. Em nada se acham culpados, ao contrário, julgam-se merecedores de todos os seus negócios e de paz com a consciência tornam-se eles mesmos testemunhas expostas de uma doutrina sórdida e fraudulenta. Isso, todavia, não foi tudo, naquela ocasião, os sacerdotes teriam sido beneficiados com as novas praticas estabelecida por eles no templo, para que fosse exigida a arrecadação das taxas aos estrangeiros de fora, quando visitar-se o santuário, em função dos serviços pagos aos sacerdotes como oferta de agradecimento. E esta pratica injusta, irritava muito os judeus e os sacerdotes, fariseus hipócritas, falam desses abusos como um dever religioso. Mas tarde nas coletas das caixas ainda acharão um bom dizimo. E desse modo, autorizados pelos sacerdotes os cambistas com suas bolsas cheias de moedas, já haviam levado suas bancas de cambio até para dentro dos principais pátios internos do Templo da cidade, com o intuito de fornecer aos estrangeiros de fora, quando chegasse a Jerusalém, a moeda destinada a pagar as taxas como tributos de adoração. Os banqueiros não eram os únicos profanadores daqueles pátios sagrados e daquele templo santo. O trafico e a venda de animais na época, tornou-se uma pratica muito comum entre os lideres religiosos e os negócios públicos. Os sacerdotes chegavam a cobrar aos visitantes estrangeiros, a uma semana de trabalho por um casal de pombos, muitas vezes, recebendo mais dinheiro do que custou o cordeiro, seguros de que o sacrifício não seria rejeitado pela lei Levítico 5,15: “Se alguém cometer uma infidelidade, pecar por ignorância nas ofertas consagras ao Senhor, oferecerá ao senhor em sacrifício de reparação um cordeiro sem defeito, tomado dos rebanhos, segundo a tua avaliação em siclo de prata, conforme o siclo do santuário; este é um sacrifício de reparação. Restituirá o que tirou do santuário, com um quinto a mais, que entregará ao sacerdote. O sacerdote fará a expiação por esse homem com o cordeiro oferecido em sacrifício de reparação, e ele será perdoado.” Embora fosse possível encontrar por algumas miseras moedas, animais espalhados, aprisionados e engaiolados, por todas as ruas e corredores da cidade, mas quase nem todos serão aceitos, o único motivo, apresentado algum defeito que os tornam impuros para os sacrifícios oferecidos a Deus, assim diz na Escritura: “Onde apresentará a sua oferta ao Senhor: um cordeiro de um ano, sem defeito, em holocausto; uma ovelha de um ano, sem defeito, em sacrifício pelos pecados, e um cordeiro sem defeito em sacrifício pacifico.” (Nm 6,14) Até mesmo os sacerdotes os falsos da fé, os ambiciosos de ganhos e invejosos uns dos outros, entregavam-se a tudo o que cega e perturba as leviandades da época. Sua audácia, contudo, era enorme, exploravam sobre o pretexto de que a vontade do senhor seja feita, a todos do povo judeus e religiosos, acostumados a irem cheios de alegria e de coração agradecidos, ao templo oferecer seus votos “e cumprirão suas promessas feitas ao Senhor.” (Is 19,21) Os altos impostos cobrados aos mercadores e cambistas como pagamento do aluguel dos pátios do templo, uma parte dos ganhos coletados era reservado para o tesouro do templo de Jerusalém, mas a maior parte era para lavar as mãos das famílias dos sacerdotes, isto é, aos parentes próximos que esperam obter bons lucros com essas atividades comerciais. Havia ainda os mendigos imundos e esfomeados, tendo que contentar-se com as sobras e todos os restos dos lixos deixados pra trás, ou seja, as sujeiras nas portas das casas e nos pátios da cidade. Os velhos doentes, sujos e maltrapilhos, não podem trabalhar por serem os leprosos, os incuráveis, os evitados do povo, devido ao mau cheiro do fedor de suas feridas abertas e apodrecidas todas cobertas de dores. Assim, pois, “a cabeça toda é uma chaga, o coração está esgotado; da planta dos pés à cabeça não há nele nada de intacto: feridas, contusões e chagas expostas não são curadas, não são enfaixadas, nem recebem o remédio do ungüento.” (Is 1,5-6) Apesar disso, muitos deles, reuniam-se com muita freqüência no Pórtico de Salomão à qual se refere o Evangelho: “Existe em Jerusalém, perto da porta das ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. Muitos doentes ficavam ali deitados – cegos, coxos e paralíticos. - De fato, um anjo descia, de vez em quando, e movimentava a água da piscina, e o primeiro doente que aí entrasse, depois do borbulho da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.” (Jo 5,1) E outros ainda, assentavam-se ás sombras das portas do templo, sempre de mãos vazias a espera que alguém os faça uma esmola: “Nisto levavam um homem que era coxo de nascença e que punham todos os dias à porta do templo, chamada Formosa, para que pedisse esmolas aos que entravam no templo.” (At 3,2) Ninguém entre os que ali estavam se atreviam aproximar-se deles, evitando o contato físico, e as esmolas eram atiradas de certa distância, onde o infeliz pode-se apanhá-las sobre o chão, antes mesmo que os sacerdotes os expulsem do Templo. Como para esconder à crueldade, a ordem partida das autoridades era para enxotá-los a todos para fora da cidade e a maioria são forçados a dormirem ao relento a beira das estradas, pois diz o testemunho: “Ora, estavam quatro leprosos á porta da cidade, os quais disseram entre si: Porque ficarmos nós aqui até morrermos? Se formos para a cidade, morreremos, porque reina a fome ali; se ficarmos aqui morreremos da mesma sorte.” (2 Rs 7,3) Por fim, crescia sempre mais o numero dos agrupados no vale do Cedron, local se reúne os desabrigados, ainda serviam-lhes de moradias aos vagabundos como eram conhecidos por todos da região montanhosa da Judéia.
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