AS APARIÇÕES DE JACAREÍ SÃO PAULO - SP

AS APARIÇÕES DE JACAREÍ SÃO PAULO - SP
Vidente Marcos Tadeu Teixeira

Páginas

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

OS DIREITOS DIVINOS QUE JESUS SE ATRIBUIU

Jesus se atribuiu os sete principais privilégios que só podem pertencer a Deus. Em São Mateus e São Marcos, Jesus se declara maior do que o profeta Jonas, maior que Salomão[1], maior do que David que o chamou seu Senhor, no salmo CIX: "Dixit Dominus Domino meo: Sede a dextris meis, donec ponam inimicos tuos, scabellum pedum tuorum;" "O Senhor disse a meu Senhor: senta-te à minha direita até que eu ponha teus inimigos como escabelo a teus pés." Jesus dizia a esse respeito aos fariseus: "Se David chama o Cristo Senhor, como pode ser seu filho?" "Ninguém pôde lhe responder", acrescentou São Mateus [2]. Jesus se mostra também maior do que Moisés e do que Elias, que no dia da Transfiguração apareceram ao seu lado[3]; é maior do que João Batista, como se vê pela sua resposta aos discípulos do precursor, que mandou que lhe perguntassem: "És aquele que deve vir?"[4]. Aparece mesmo maior do que os anjos porque está dito em São Marcos, I, 13, e em São Mateus, IV, 11, que no deserto, depois da tentação, depois da vitória sobre o demônio, "os anjos o serviram". E ele mesmo diz:"O Filho do homem virá na glória de seu Pai com seus anjos e então dará a cada um segundo as suas obras." [5] "Enviará seus anjos... que juntarão os seus escolhidos dos quatro ventos, duma extremidade dos céus à outra[6]. Isaias, nem qualquer outro profeta, nunca falou em mandar seus anjos. Ora, aquele que é superior a todos os profetas e aos anjos é superior a toda criatura. Ainda mais, Jesus exige, em relação a ele mesmo, a fé, a obediência, o amor, até a abnegação de todas as afeições contrárias e até o sacrifício da vida. Ele disse anunciando as perseguições dos três primeiros séculos. "Terão por inimigos os de sua própria casa. O que ama seu pai e sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; e o que ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim. E o que não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. O que quer salvar sua vida, perde-a; e o que perdê-la por causa de mim, a salvará[7]." Jesus, falando assim diante dos apóstolos, sabia que sofreriam o martírio. Estas palavras, que se realizarão sobretudo durante as perseguições, seriam de um orgulho insuportável se Jesus não fosse Deus. Qual profeta jamais ousou dizer: "Aquele que ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim?" Os santos, mais se elevavam, menos falavam de si mesmos; o eu se apaga cada vez mais diante de Deus. A que atribuir que Jesus fale assim, com tal majestade de si mesmo, ele tão humilde que aceitou as últimas humilhações para nossa salvação? — Ele disse, ainda, depois de ter convidado à perfeição o jovem rico, que não respondeu a seu chamado: "Em verdade vos digo, ninguém deixará sua casa, ou seus irmãos, ou suas irmãs, ou seu pai, ou sua mãe, ou seus filhos, ou seus campos por causa de mim e por causa do Evangelho sem que receba agora, neste tempo presente, o cêntuplo... mesmo no meio das perseguições, e no século futuro, a vida eterna."[8] — "Quem não está comigo está contra mim, e quem não ajunta comigo, dispersa."[9] Santo Tomás, em seu comentário sobre São Mateus, XII, 30, vê nestas últimas palavras uma manifestação da divindade de Cristo. Somente Deus é o fim último para o qual o homem deve tender, observa ele, e é por isto que aquele que não está com Deus (que não tende para Ele) está separado (ou de costas) dele. O que fazia Elias dizer (III Reis, XVIII, 21): "Até quando claudicareis para os dois lados? Se Yahveh é Deus, segui-o." Mas, continua Santo Tomás, aquele que não passasse de um homem não poderia dizer: "Quem não está comigo está contra mim". Pode-se, com efeito, ficar neutro ou indiferente em relação a um homem que não passa de um homem; não se pode ficar neutro ou indiferente em relação a Deus, nosso fim último. Se pois Jesus pronuncia estas palavras, é porque ele é superior a todas as criaturas. Ele disse também desde o começo de seu ministério no Sermão da Montanha: "Bem aventurados sereis quando vos insultarem, quando vos perseguirem, e quando disserem toda sorte de mal contra vós, por causa de mim." [10] "Por causa de mim": isto é, sofrer perseguição pela justiça e pela causa mais alta; também a recompensa será grande nos céus. Jesus não pede somente a obediência e a perfeita abnegação, ele fala também como o legislador supremo, igual ao legislador do Sinai, que deu a antiga Lei a Moisés para o povo eleito. Vindo aperfeiçoar esta lei divina e expurgá-la das falsas interpretações dos rabinos, Jesus muitas vezes se exprime assim: "Foi dito aos antigos... e Eu vos digo." [11] Assim ele proíbe o divórcio que Moisés havia permitido por causa da dureza dos corações dos israelitas [12]; e se declara "o Senhor do sábado" [13]. Fez também milagres em seu próprio nome, por modo de comando: disse ao paralítico: "Levanta-te e anda" [14]; ressuscitou a filha de Jairo, dizendo: "Talitha quoumi", quer dizer: "Menina, levanta-te, eu te digo" [15]; ressuscita também o filho da viúva de Naim, dizendo: "Jovem, eu te ordeno, levanta-te" [16]. Comandava o mar encapelado pela tempestade: "Cala-te, acalma-te", e o vento cessou e seguiu-se uma grande bonança, conta São Marcos (IV, 39). E, tomados de admiração, todos diziam: "Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?" Os Apóstolos, ao contrário, faziam os milagres em nome de Jesus [17]: Pedro disse: "Em nome de Jesus de Nazareth, levanta-te e anda... É pelo nome de Jesus Cristo... que este homem se apresenta diante de vós completamente curado." [18]. Além disso, Jesus se atribui o poder de perdoar os pecados, de refazer as almas, de lhes dar a vida divina, poder que os fariseus reconheciam como pertencente somente a Deus. Lembramos a cena contada por São Mateus, IX, 2: "Apresentaram um paralítico estendido em um leito. E vendo Jesus a fé que tinham, disse ao paralítico: "Meu Filho, tem confiança, teus pecados te são perdoados." E logo alguns dos escribas disseram dentro de si: "Este homem blasfema" (é porque pensam que somente Deus pode perdoar os pecados). Jesus, conhecendo seus pensamentos, lhes diz: "Porque pensais mal em vossos corações? O que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda?" Pois para que saibais que o Filho do homem tem poder sobre a terra de perdoar os pecados: levanta-te, disse ao paralítico, toma teu leito e vá para tua casa." A multidão, acrescenta São Mateus, vendo este prodígio, foi tomada de temor e rendeu graças a Deus, que deu tal poder aos homens. Ainda diz: "Vinde a mim vós que estais fatigados, e vos achais carregados e eu vos aliviarei." [19] Ainda mais, se atribui o direito de comunicar aos outros o poder de perdoar os pecados: disse a seus apóstolos: "Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu." [20] Jesus não só se atribui o poder de perdoar os pecados mas, também, o de julgar os vivos e os mortos. Responde a Caifaz: "E vereis o Filho do homem sentado à direita do poder de Deus vir sobre as nuvens do céu." [21] "Enviará seus anjos com trombetas e com grande voz e juntarão os escolhidos..." [22] Promete também enviar o Espírito Santo dizendo aos discípulos, antes da Ascensão: "Vou enviar sobre vós o dom prometido por meu Pai; e vós, ficai na cidade até que sejais revestidos de uma força do alto." [23] Não é pois inferior ao Espírito Santo que ele promete enviar. Enfim, Jesus aceitou a adoração [24], da qual Pedro, Paulo e Barnabé, e os próprios anjos no Apocalipse, se declararam indignos [25]. Vê-se assim que Jesus, segundo os Evangelhos sinópticos, se atribui os sete principais privilégios que só podem pertencer a Deus: 1o. — É superior a todas as criaturas: maior do que Jonas, do que Salomão, do que David, do que Moisés, do que Elias, do que João Batista, superior aos anjos, que são "seus anjos". 2o. — Pede em relação a si mesmo fé, obediência, amor, até a negação de qualquer outra afeição contrária, e até o sacrifício da vida. 3o. — Fala como legislador supremo no Sermão da Montanha. 4o. — Fez milagres em seu próprio nome. 5o. — Atribui-se o poder de perdoar os pecados e o confere a outros. 6o. — Atribui-se o poder de julgar os vivos e os mortos em todas as gerações humanas. 7o. — Promete enviar o Espírito Santo e sua promessa se realiza no dia de Pentecostes. Jesus só pode se atribuir estes direitos se é, não somente enviado por Deus, o Messias, mas o próprio Deus. Ele o afirma assim, de um modo ainda velado, para preparar pouco a pouco as almas para receberem uma afirmação mais explicita que se tornará cada vez mais clara e mais forte até o instante de sua condenação à morte. (nos. 200-201; trecho de "Le Sauveur et son amour pour nous", ed. du Cédre, Paris, 1951) NOTAS: [1] Mt. 12, 41-42; [2] Mt. 12, 45; Mr. 12, 36; [3] Mr. 17,3 [4] Mt. 11,3; [5] Mt. 16,27; [7] Mt. 10, 37; Lc. 14, 26; [8] Mr 10, 29-30; [9] Mt. 12, 30; [10] Mt, 5, 11; [11] Mt. 5, 21-48; [12] Mt. 5, 32; 19,9; [13] Mr. 2, 27-28; [14] Mt. 9, 6; [15] Mr. 5, 41; [16] Lc. 7, 14; [17] Mt. 7, 22; [18] At. III, 6; 4, 10; [19] Mt. 9, 28; [20] Mt. 18,18; 16, 19; [21] Mr. 14, 62; 8, 38; 13, 26; [22] Mt. 24, 31; [23] Lc. 24, 49; [24] Mt. 8, 2; 28, 9, 17; Mr. 5, 16; [25] At. 10, 25-26; 14, 14; Ap, 19, 10; 22, 8.

Nenhum comentário:

Postar um comentário